Summer in Mara – Análise
A abundância recente de jogos que encaixam no género conhecido como “Life Sim”, onde se inclui a série Animal Crossing ou respeitadíssimos Harvest Moon clássicos, traz também consigo alguns jogos menos bem conseguidos, como acontece com Summer in Mara. Em certos aspetos, Summer in Mara é impressionante. A sua apresentação visual, embora simples na execução, tem o seu mérito mas o mais impressionante é mesmo a qualidade das sequências cinemáticas animadas.
Summer in Mara não deixa de ter, no entanto, problemas técnicos que afetam a jogabilidade e a experiência em geral. Embora corra a um ritmo estável de trinta fotogramas por segundo, existem muitos aspetos que mereciam mais atenção técnica ou estética e que deveriam ter sido abordados, como a falta de botões dedicados ao contexto do inventário ou navegação da interface, onde não existe forma de aceder ao inventário sem andar aos apalpões com os botões do comando. Koa, a nossa protagonista, também sofre de muitos destes problemas. Se o controlo de Koa não apresenta quaisquer problemas, os controlos são bastante soltos, sem qualquer sentimento de peso por trás das suas ações.
A jogabilidade de Summer in Mara é satisfatória, mas não apresenta nenhum castigo ou penalidade por falhar tarefas ou mesmo em caso de esquecimento de completar tarefas diárias. O jogo corre num ciclo quotidiano (distinto do tempo real) em que Koa tem de cumprir tarefas como regar campos de cultivo, alimentar os seus animais, pescar, etc., mas nenhum destes tem importância na progressão e podem ser totalmente deixados para segundo plano, a única desvantagem é o tempo que demoram a recompensar Koa com mais legumes ou itens dados pelos animais. Esta falta de penalizações torna todo o sistema de manutenção da nossa ilha um pouco irrelevante, acabando por se tornar uma funcionalidade facilmente deixada para segundo plano durante grande parte do jogo.
Ao avançar pelo jogo obtemos acesso a viagens de barco e eventualmente é possível visitar outros locais e conhecer personagens novas. Mas por mais estranho que pareça, o mundo em si não parece “vivo”. Isto deve-se ao facto que todas as personagens com que Koa interage são figuras que se materializam no lugar onde devem estar para a próxima tarefa, não existindo nenhuma personagem que se encontre a vaguear pelas localidades.
É lamentável depararmo-nos com tantos problemas menores como estes, pois Summer in Mara apresenta boas ideias mas mal representadas ou contra-intuitivas. Não há mérito em regar plantas e alimentar os animais, pois basta dormir para fazer avançar o tempo. Embora exista dinheiro como mecânica para avançar certas tarefas, o relógio do jogo mal tem razão de existir – e se não existisse, não faria grande diferença. A presença de uma barra de energia e de um indicador de fome são apenas pequenas variáveis irrelevantes quando os alimentos são abundantes e fáceis de cozinhar, eliminando qualquer barreira que impeça o jogador de avançar.
Muitas das tarefas durante a história de Summer in Mara são centradas na entrega ou criação de itens novos e embora seja um jogo muito ligeiro em termos de mecânicas, o enredo traz lições de vida para os mais jovens, apresentadas com diálogos de qualidade e um elenco composto por personagens visualmente interessantes. De realçar também que Summer in Mara encontra-se totalmente traduzido para português.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Ambiente visual 2D fantástico
- Ambiente descontraído
Pontos negativos
- Falhas técnicas
- Banda sonora pouco consistente
O chicote que mantém a máquina a funcionar. Entusiasta pela indústria e com um gosto variado, mas com um especial amor por JRPG, nunca deixa escapar uma boa promoção e por consequência tem uma coleção maior do que alguma vez poderá ter tempo para a terminar.
Jogo interessante, penas os problemas técnicos.