Top Starbit – Os melhores jogos Nintendo DS (50 ao 41)
A Nintendo DS foi, em várias maneiras, uma consola revolucionária. Formulada de forma a ser ainda mais apelativa e intuitiva para as massas que nunca antes pensaram em tocar num videojogo que fosse. A aposta da Nintendo apresentou um risco elevado, principalmente devido à desacreditação do público nela quando quando anunciado que a consola portátil da Sony iria arrebatar por completo a portátil da Nintendo no que tocava a poderio técnico.
No entanto, foi preciso ver para acreditar, e a verdade é que se verificou exatamente o contrário. Enquanto a Playstation Portable, a proposta da Sony para o mercado portátil, acumulou vendas superiores a 80 milhões de unidades em todo o mundo, a Nintendo DS conseguiu quase o dobro, com cerca de 154 milhões vendidas. Trata-se assim da consola portátil mais vendida de sempre, e a segunda geral mais vendida, ficando apenas atrás do fenómeno que foi a Playstation 2.
No caso dos seus jogos, a relação quantidade/qualidade do catálogo da Nintendo DS não é nada menos que impressionante. Com mais de quatro mil jogos publicados e com vendas de software superiores a 800 milhões de unidades, reduzir uma quantidade astronómica de jogos aos cinquenta melhores da consola não foi tarefa fácil.
Tentando englobar todos os géneros disponíveis e apenas um título por série principal, este é o top dos cinquenta melhores jogos para a consola segundo o Starbit.
#50 – More Brain Training from Dr. Kawashima: How Old Is Your Brain?
Produtora: Nintendo SPD
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 29 de junho de 2007
Ver também: Dr. Kawashima’s Brain Training: How Old Is Your Brain?
Quem imaginava que puxar pela cabeça podia ser tão divertido e viciante? Pegando num conceito simples e aparentemente banal, a Nintendo fez o que alguns considerariam impossível e conseguiu tornar a matemática e o pensamento lógico atividades divertidas, aproveitando todas as capacidades da Nintendo DS.
O jogo começa por determinar a idade mental do jogador através de um conjunto de testes simples. Estes testes dão acesso a três modos de jogo diferentes, que compreendem minijogos sem pontuação, minijogos com um mecanismo de avaliação que atribui uma idade ao raciocínio e desempenho do jogador e a possibilidade de jogar partidas de Sudoku ao longo de mais de cem “puzzles” disponíveis.
O fato de More Brain Training from Dr. Kawashima: How Old Is Your Brain? manter dados relacionados com tudo o que fazemos no jogo é também uma característica muito bem-vinda, pois torna a monitorização da nossa atividade cerebral algo mais preciso do que se poderia pensar. Isto também lhe permite ser usado como ferramenta de ensino, o que acaba por ser curioso num dispositivo que foi originalmente apresentado como uma consola de jogos. Ainda para mais, existe uma versão simplificada de Dr. Mario aqui presente, como se a globalidade do jogo não fosse já suficientemente apelativa.
#49 – Retro Game Challenge
Produtora: indieszero
Editora: Namco Bandai Games
Data de Lançamento: 15 de novembro de 2007 (data americana, nunca lançado na Europa)
Retro Game Challenge é uma carta de amor a todos aqueles que em criança achavam que nenhum jogo iria superar Galaga ou Pac-Man. Composto essencialmente por oito jogos originais de alta qualidade (que poderiam muito bem ter saído há mais de trinta anos atrás e ninguém notava), o sentimento de nostalgia que muitos jogadores aqui encontram não é nada mais nada menos do que espetacular.
Ainda para mais, o verdadeiro objetivo de Retro Game Challenge não passa apenas por jogar o que está aqui incluído, mas antes completar os jogos em determinadas circunstâncias e com obstáculos diferentes. Completar determinados objetivos no primeiro jogo desbloqueia o segundo, e assim sucessivamente até todos os desafios terem sido superados. Completar todos os objetivos de cada jogo desbloqueia as suas versões finais no menu principal, pelo que em seguida é possível jogá-los livremente da forma que o jogador quiser. A melhor forma de interpretar estes desafios seria compará-los com sistemas de conquistas e troféus presentes nas consolas concorrentes, compelindo o jogador a explorar cada jogo a fundo, sem se contentar apenas em chegar ao fim de cada nível e passar à coisa seguinte.
Retro Game Challenge tem como objetivo principal dar ao jogador a possibilidade de vivenciar uma época em que a indústria era mais simples. Uma época em que a atenção dos jogadores era monopolizada pela diversão que um jogo transmitia, mesmo depois de repetido vezes sem conta. E é um propósito cumprido com distinção.
#48 – Contra 4
Produtora: WayForward Technologies
Editora: Konami
Data de Lançamento: 13 de novembro de 2007
Conhecidos atualmente pela série de plataformas Shantae, a WayForward Technologies tem um passado de desenvolvimento de jogos muito interessante, produzindo títulos de imensas séries para uma grande quantidade de distribuidores. Entre estes, Contra 4 é daqueles que mais sobressai, não só pelo legado da série mas também pela qualidade desta quarta entrada, que funcionou também como comemoração dos vinte anos do primeiro jogo.
Adoptando a mesma jogabilidade dos seus antecessores, Contra 4 decorre naturalmente num plano 2D e acerta em cheio na fórmula “run and gun” que a série exibe desde os tempos da NES. “Power-ups”, uma catrefada de armas e muitos níveis e inimigos para arrasar, tudo imagem de marca do nome Contra (anteriormente conhecida na Europa como Probotector) e que se encaixa perfeitamente no contexto da Nintendo DS.
Utilizando ambos os ecrãs da consola para o cenário, o jogador tem ainda à disposição um gancho que permite mudar livremente entre ambos os ecrãs, dando uma nova dimensão à ação e às possibilidades que se abrem relativamente à estrutura de níveis. Ainda com várias modalidades, incluindo uma componente multijogador, Contra 4 é um jogo que retém o melhor do seu legado sem se abstrair de todas as possiblidades que as consolas mais modernas podem oferecer, resultando numa experiência fiel que remete para o passado mas sem esquecer o presente.
#47 – Bomberman Land Touch!
Produtora: Hudson Soft
Editora: Rising Star Games
Data de Lançamento: 23 de fevereiro de 2007
Ver também: Bomberman, Bomberman 2
Tratando-se primeiro jogo da série Bomberman Land a ser lançado fora do Japão, Bomberman Land Touch! representa em parte um regresso às origens, com ênfase na componente multijogador e numa jogabilidade simples, viciante e desafiante que colocou a Hudson Soft no mapa com o primeiro Bomberman em 1983.
Dividido em cinco zonas temáticas, o jogador compete com outras personagens em cerca de trinta minijogos diretamente relacionados com o universo da série, oferecendo uma experiência distinta mas que nunca se afasta da fórmula clássica de Bomberman. Por outro lado, a componente multijogador permite até oito jogadores em LAN ou por Wi-Fi (actualmente já indisponível) com apenas uma unidade do jogo. Ainda para mais, é possível colocar o jogo a controlar outras personagens com níveis de dificuldade diferentes, caso não seja possível reunir oito jogadores. As opções de jogo e personalização das partidas atingem níveis astronómicos, existindo todo o tipo de modos e limitações que podemos incorporar em cada partida, o que significa que a experiência nunca se torna cansativa no meio de tanta coisa para experimentar e explorar.
Embora o tempo lhe tenha afetado um pouco a longevidade, Land Touch! tem ainda muito valor nos dias de hoje, contando com uma experiência robusta a solo e uma componente multijogador local fantástica, capaz de ainda dar muitas horas de jogo a todos aqueles que sentem saudades de umas partidas clássicas da mascote da Hudson Soft.
#46 – Super Mario 64 DS
Produtora: Nintendo EAD
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 11 de março de 2005
É Super Mario 64 mas em formato portátil e com ainda mais conteúdo que antes. Se isso não é o suficiente para lhe reconhecer a sua imensa qualidade, é preciso rever as prioridades da vida.
Passando à frente do controlo de Mario e companhia com o D-Pad, que não é tão confortável como seria com um analógico (irrelevante para quem o jogue uma Nintendo 3DS), Super Mario 64 DS é a versão definitiva do clássico que revolucionou os jogos de plataformas 3D. Desde os gráficos significativamente melhorados às trinta novas estrelas para apanhar, os incentivos para voltar a Super Mario 64 na Nintendo DS são imensos, já que este não se trata de uma simples conversão do original.
Agora com quatro personagens jogáveis distintas entre si e um enredo mais longo com uma secção inicial completamente nova protagonizada por Yoshi, as diferenças são mais profundas que uma mudança estética ou apenas mais níveis para concluir. A estrutura desta versão é fundamentalmente diferente da primeira, sendo em muitos sentidos um jogo completamente novo.
Encontram-se ainda incluídos trinta e seis minijogos baseados nas capacidades táteis da consola e um modo multijogador que mesmo não sendo tão divertido como a solo, continua a ser bem-vindo, naquilo que é um pacote superior ao original em virtualmente todos os sentidos e eliminando a necessidade de limpar o pó à Nintendo 64 para revisitar este clássico por uma vez mais.
#45 – Super Scribblenauts
Produtora: 5th Cell
Editora: WB Games
Data de Lançamento: 29 de outubro de 2010
Ver também: Scribblenauts
Servindo essencialmente para melhorar problemas na estrutura e jogabilidade do seu antecessor, Super Scribblenauts joga com os pontos mais fortes do capítulo anterior enquanto minimiza as suas falhas, criando mais uma experiência em que dar asas à imaginação é absolutamente essencial.
A maior novidade para além da forma como se controla Maxwell é a implementação de adjetivos que podemos escrever em adição aos nomes, criando um número ainda maior de combinações possíveis para resolver cada “puzzle”. Desde atribuir uma cor incomum a um objeto ou modificar-lhe a forma, as possibilidades são inifinitas, especialmente tendo em conta que o dicionário de Super Scribblenauts é constituído por dezenas de milhares de vocábulos.
São mais de 120 níveis semelhantes a um desenho animado, com níveis de dificuldade diferentes e em que cada um se joga de forma distinta. Um dos pontos fortes da série é a recompensa pela forma como o jogador usa a imaginação e Super Scribblenauts não é exceção. Quanto mais criativo o jogador e mais invulgar a escolha de palavras, mais pontos se recebem. Estes podem então ser gastos em objetos para ter acesso a mais vocabulário, o que afeta a forma como se percorrem os níveis. Existe assim um bom incentivo para repetir os níveis de forma a experimentar todas as opções cada vez que o jogador se lembre de uma nova forma de ultrapassar um determinado obstáculo.
Contando ainda com um editor de níveis bastante alargado, o jogador quase que pode criar o seu próprio jogo. Basta dar asas à imaginação e Super Scribblenauts torna-se um título único, divertido e praticamente infinito.
#44 – Golden Sun: Dark Dawn
Produtora: Camelot Software Planning
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 10 de dezembro de 2010
Golden Sun: Dark Dawn tinha uma tarefa ingrata desde que foi anunciado na E3 de 2009. As expectativas foram colocadas num patamar altíssimo, dada a qualidade dos seus antecessores no Gameboy Advance e se o produto final não tenha correspondeu exatamente ao que dele se esperava, isto não significa que não seja um belíssimo RPG para a Nintendo DS.
Decorridos trinta anos após os eventos do seu antecessor, em Dark Dawn o jogador controla os descendentes dos heróis dos primeiros dois jogos. O combate por turnos está de volta, equanto a câmara circula entre as personagens e os inimigos, que são apresentados com um desenho a três dimensões. Os Djinn marcam também presença, comportando-se de forma semelhante ao já visto anteriormente, sendo que estes sistemas foram atualizados e não propriamente virados do avesso.
Na verdade, todos os elementos de Dark Dawn são versões melhoradas dos anteriores, tirando o fato de que a história e personagens são desta vez menos interessantes e desenvolvidas. No entanto, a componente técnica avançou anos-luz em relação aos originais, apresentando um dos melhores aspetos visuais de todo o catálogo da consola. Mais que recomendado para fãs da série e de RPGs, mesmo que não alcance a excelência e grau de revolução alcançados com os jogos do Gameboy Advance.
#43 – Tetris DS
Produtora: Nintendo SPD
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 21 de abril de 2006
Lá no fundo, Tetris DS continua a ser o mesmo jogo de Game Boy que chegou em 1989 e que deu origem ao fenómeno mundial de empilhar peças, com o pormenor diferenciador de ter uma apresentação muito superior e imensas mecânicas novas que eram impossíveis de implementar aquando da estreia do jogo há trinta anos.
Com seis modos de jogo diferentes, as possbilidades são quase infinitas. É possível jogar em níveis temáticos inspirados em séries clássicas da Nintendo, enquanto outro dos modos de jogo impõe o cumprimento de objectivos novos num tempo limite específico. Encontram-se também aqui modos de jogo em que o ecrã tátil é fundamental, onde é preciso preencher espaços vazios num conjunto de peças. Embora o modo original continue a ser o mais divertido, a variedade aqui presente é única e contribui para fazer de Tetris DS uma experiência mais rica.
Ainda para mais, Tetris DS investiu bastante na componente multijogador. Três dos seus modos de jogo incluem uma componente competitiva, quer contra dois, quatro, ou até mesmo dez jogadores (local e com apenas um jogo) e as possibilidades são larguíssimas.
De forma semelhante ao que acontece com outro jogo da lista, as funcionalidades online já não estão disponíveis, o que afeta a longevidade. No entanto, é fácil constatar que mais de trinta anos volvidos, a fórmula não ficou menos aborrecida, sendo Tetris DS uma excelente forma de vivenciar um clássico a solo ou com amigos.
#42 – Nintendogs (todas as versões)
Produtora: Nintendo EAD
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 7 de outubro de 2005
Sei que muitos de vocês devem estar a pensar o que faz este jogo aqui. No entanto, também sei de uma boa mão cheia que defenderia a presença de Nintendogs nesta lista com unhas e dentes. A esses jogadores, o meu aplauso, pois o céu é o limite para o vosso bom gosto. Quanto aos outros, o vosso gosto não passa de irremediável e a vossa salvação está em risco.
Fazendo uso das funcionalidades do microfone e ecrã tátil da DS, a interação de Nintendogs foi incrível para o seu tempo, uma vez que não existia nada comparável até então. Desde fazer festinhas a brincar com os cães e ensinar-lhes truques, as possibilidades são imensas, e não há criança ou adulto que não se vai sentir fascinado com esta obra. O jogo tem um modo multijogador igualmente robusto, onde cada jogador pode encontrar e interagir com outros jogadores e respetivos cães ao passear o seu animal virtual, o que possibilita uma imersão ainda mais profunda. À medida que o jogador treina o seu cachorro, reúne dinheiro e compete em concursos de habilidades e beleza, desbloqueia-se o acesso a mais raças, brinquedos e outros artigos para o animal de quatro patas e habitação, havendo assim muito para fazer até que o jogador se comece a aborrecer.
Nintendogs não substitui de forma alguma um companheiro canino verdadeiro, mas é de se aplaudir o que a Nintendo conseguiu alcançar, criando uma experiência divertida e em muitas formas semelhante a um cenário real. Foi provavelmente a única hipótese para muitas crianças poderem viver a experiência de ter um cão (ou um animal de estimação) em casa.
#41 – Trauma Center: Under the Knife
Produtora: Atlus
Editora: Nintendo
Data de Lançamento: 28 de abril de 2006
Ver também: Trauma Center: Under the Knife 2
Quem diria que um jogo sobre um cirurgião com um dom intrinsecamente ligado a Asclepius, o deus grego da Medicina, poderia ser tão interessante? Mesmo com um conceito pouco dado a uma análise simples, a verdade é que Trauma Center: Under the Knife é um jogo único. Encontram-se aqui elementos de simulação e de “visual novel” que juntos, conseguem criar uma experiência muito criativa e que no seu momento de chegada ao público era apenas possível na Nintendo DS.
Seguindo de perto as situações do quotidiano de Derek Stiles, cirurgião no hospital Hope, Trauma Center conta a história daquele protagonista, desde ter perdido um paciente por negligência até à sua luta por desvendar o mistério de GUILT, uma doença fatal criada por uma organização terrorista e que apenas ele consegue curar. Através do ecrã tátil da consola, o núcleo da jogabilidade é constituído por operações cirúrgicas em que certos objetivos têm de ser cumpridos para fazer avançar o enredo. Completar uma determinada tarefa dentro do intervalo de tempo estipulado sem deixar que os sinais vitais dos pacientes caiam para zero é obrigatório, encontrando-se uma grande variadade de objetivos e operações a executar à medida que se avança no jogo. No final de cada nível o jogador recebe uma avaliação baseada no desempenho e tempo dispendido, um toque interessante para os interessados em atingir as pontuações máximas.
O enredo é cativante, as personagens carismáticas e os diálogos muito bem escritos, tal como a Atlus já nos habituou. É visualmente apelativo e a jogabilidade é variada e divertida, fazendo de Trauma Center: Under the Knife um jogo mais que recomendado, mesmo que ao início não tenha aspeto de ser algo para o grande público.
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.
Das minhas consolas favoritas de sempre. Basta ver que no fundo desta tabela aparecem ja jogos muito bons