The Coma 2: Vicious Sisters – Análise
The Coma 2: Vicious Sisters é a sequela do jogo de terror 2D The Coma: Cutting Class de 2015. Apesar de ser uma sequela direta, o jogo não exige conhecimento do original para poderem seguir ou desfrutar desta sequela. Aqui desempenhamos o papel de Mina Park, uma estudante que após uma conversa na escola com a sua professora, Ms. Song, desmaia e só recupera a consciência durante a noite, num cenário que parece ter saído de um Silent Hill. Apesar dos corredores e salas parecerem reconhecíveis a Mina, acontece algo de ameaçador e a protagonista vê-se mergulhada num ambiente negro e distorcido, uma realidade alternativa intitulada “The Coma”. Mina começa a ver Ms. Song, representada por uma encarnação aterrorizadora da sua professora que pretende desfazer a estudante. Assim começa um jogo de gato e rato com Ms. Song e uma entidade misteriosa que a controla – a chamada Vicious Sister.
O jogo concentra-se na exploração do mundo de Mina, como um mercado ou uma esquadra da polícia, onde se encontram personagens (vivas ou mortas) e algumas missões secundárias. Com inúmeras portas fechadas ou seladas, encontrar o caminho correto acaba por ser quase uma espécie de “puzzle” que obriga a vasculhar todos os cantos e salas. Para além de alguns itens-chave, podemos ainda apanhar itens que nos ajudam a sobreviver. No entanto, o espaço do inventário é limitado, permitindo apenas ter em simultâneo quatro itens, o que obriga a alguma gestão. Ainda assim, e graças a algumas máquinas de venda automática ao longo dos cenários, nunca senti muita dificuldade em andar sempre com os itens necessários. Nem mais, nem menos.
A jogabilidade baseia-se numa simples mecânica de jogo das escondidas e de fuga, algo já aplicado por vários jogos de terror 2D ou 3D. Não existem armas propriamente ditas, pelo que se derem de caras com Ms. Song o melhor a fazer será correr e esconderem-se debaixo de uma mesa ou dentro de um armário. Isto não será suficiente para a despistar, sendo que o jogo apresenta imediatamente um “quick time event” para que finalmente a ameaça se vá embora. Ao longo do mundo do jogo encontram-se alguns espíritos menos simpáticos que podem fazer mal a Mina se o jogador não tiver cuidado. Podem sempre passar pelos espíritos a correr ou então montar um item de defesa com uso de alguns objetos que se podem apanhar ao longo do percurso. Vão-se encontrando também páginas com relatos diários que ajudam a dar vida à história do jogo.
A direção artística foi muito bem trabalhada, exibindo um estilo que acaba por lembrar as antigas bandas desenhadas coreanas que tinham sempre um qualquer momento de sobressalto no fim. A componente sonora é competente, faz o seu trabalho e ajuda a criar um ambiente de terror razoavelmente credível. Não posso deixar de destacar a sequência na estação de comboios, em que a voz no intercomunicador começa por usar um tom normal e rapidamente se transforma numa voz distorcida, ilustrando a realidade extremamente invulgar em que nos encontramos.
Com isto tudo, seria de esperar que The Coma 2 fosse uma experiência de terror competente. Na verdade é, mas só até certo ponto. A principal mecânica de jogo não é nada de novo e evoca o que era feito numa obra como Clock Tower mas de uma forma muito mais simplista. Não é sequer preciso chegarmos a meio do jogo para ficarmos de imediato condicionados ao que pode acontecer. Ouvimos passos, a Ms. Song está perto, grita um berro lancinante porque nos viu, fugimos, encontramos um sítio para nos escondermos e passamos por um “quick time event”. Daí a pouco o jogador está de novo a explorar o meio e toca de repetir o mesmo ciclo. As sequências que trazem alguma variedade são escassas e não existem momentos verdadeiramente memoráveis que provoquem uma sensação de terror. Rapidamente a ameaça de Ms. Song e dos outros espíritos acaba por se tornar mais irritante do que assustadora, um verdadeiro empecilho à exploração, em vez de um elemento que ajuda ao ambiente e personalidade do jogo.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Direção artística
- Ambiente assustador
Pontos negativos
- Repetição de mecânicas
- Algo aborrecido
Tempo contado, demasiadas ocupações. Para aguentar uma crise de tenra idade, o André joga e escreve sobre jogos. É fã de RPG japoneses e de uma história de puxar à lágrima.