Darius Cozmic Collection Console – Análise
Serve este texto como uma espécie de seguimento da análise de Darius Cozmic Collection Arcade. Darius Cozmic Collection Console está disponível na eShop europeia desde 16 de junho por um preço de €54,99, sensivelmente €15 mais caro que a oferta anterior. Será que uma aparente maior seleção de títulos justifica a subida de preço? A resposta curta é “não”, mas é necessário entender o porquê e deixo aqui um convite a que os leitores o conheçam melhor e tirem as suas conclusões.
Darius Cozmic Collection Console é igualmente uma obra da M2 e se o amor de quem vos escreve pelo trabalho daquela equipa (tão vasto como as maquinetas da série Darius no Japão com três ecrãs) já se encontra bem patente na análise anterior, é impossível não destacar que o trabalho de emulação é mais uma vez um marco de excelência em cada título que compõe esta coleção, apesar de maior parte ter menos opções de personalização. Tanto o ecrã de abertura como restantes interfaces gráficas são rigorosamente iguais e pouco ou nada muda em relação aos seus homólogos. Posto isto e se ainda não o fizeram, convido-vos também a presentear a íris dos vossos olhos com a análise anterior.
Esta coleção Console apresenta-se assim como o compêndio das versões consola da série Darius, reunindo: Darius II (versão Mega Drive), SAGAIA (Mega Drive, ou antes Genesis, e Master System), Darius Twin (Super Famicom, SNES), Darius Force (Super Famicom), Super Nova (SNES), Darius Alpha (PC Engine) e Darius Plus (PC Engine). Sob um primeiro olhar, são sete jogos em nove versões e para quem não conhece a série, fica a ideia de estarmos perante uma oferta irrecusável. No entanto e como é meu dever, é preciso retirar as gorduras desta entremeada da TAITO para nos focarmos no cerne da questão: as novidades propriamente ditas. Darius II (SAGAIA no ocidente) é uma conversão do jogo na coleção Arcade. Devido a essa transição e à mudança de um plano de dois ecrãs na máquina “arcade” para um ecrã na encarnação doméstica, tanto a jogabilidade como os outros campos sofreram alterações. Mudou-se o início do jogo, alguns “bosses” foram retirados e até a componente de dois jogadores está ausente. Este jogo deve ser imaginado como um “remix” do anterior, sem esquecer que SAGAIA na Master System (um sistema de 8-bit) sofreu ainda mais alterações dadas as limitações da plataforma face às consolas de 16-bit.
Darius Twin classifica-se então como a primeira aposta pensada de raiz para o mercado das consolas. Facto curioso é a versão ocidental ser inequivocamente superior, pois segundo o resumo que se encontra na coleção, a versão japonesa apresentava uma qualidade sonora inferior devido à capacidade do cartucho. Apesar de se apresentar como um jogo completamente novo, merece ser discutido que existem demasiadas semelhanças, tanto a nível visual como em jogabilidade, com outros títulos da série. No entanto e nesta encarnação em particular, a nave Silver Hawk nunca perde os “power-ups” depois de destruída. Darius Force (Super Nova no ocidente) é o jogo mais divertido da coleção. Depois de uma aposta demasiado semelhante em Darius Twin a TAITO fugiu à norma da série e começou por fazer o que é normalmente uma receita para o sucesso: experimentar. Resultado? Três naves por escolher com habilidades diferentes, um sistema de “power-ups” reformulado, inimigos que vão de bactérias a dinossauros, e três finais diferentes dependendo do caminho percorrido.
Como a própria coleção refere, Darius Plus é uma versão que fica aquém a Super Darius (PC Engine/TurboGrafx-16; infezlimente ausente nesta coleção). Como se não bastasse, Darius Plus é na realidade mais uma versão do Darius original, com a diferença de uma componente sonora revista para tirar partido das capacidades do PC Engine. Mais curioso é Darius Alpha, uma versão raríssima criada para efeitos promocionais, também disponível na mesma plataforma, mas da qual só foram produzidas oitocentas cópias. A única diferença desta oferta? É um simples “boss rush mode” de Darius Plus.
Feitas as contas, e sendo sincero em relação a uma das séries de “shoot’em-up” mais queridas, o que está aqui é uma coleção sem conteúdo adicional, por um preço superior, com menos conteúdo quando comparado à coleção Arcade. Como se não bastasse, para uma edição com as mesmas pretensões que a anterior, Super Darius II está ausente, bem como Dariusburst da PSP e Dariusburst Chronicle Saviours.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Darius Force
- Emulação da M2
Pontos negativos
- Sem extras
- Demasiadas omissões
- Mais caro que a coleção Arcade
Analisar um videojogo é como uma experiência gastronómica: pode correr muito bem, muito mal ou não correr de todo. Pelo menos é o que este membro da equipa acredita. No entanto, nunca deixará que a sua fome altere os critérios de análise. Pelo menos não muito.