Top Starbit – Os melhores jogos Nintendo DS (20 ao 11)
A Nintendo DS foi, em várias maneiras, uma consola revolucionária. Formulada de forma a ser ainda mais apelativa e intuitiva para as massas que nunca antes pensaram em tocar num videojogo que fosse. A aposta da Nintendo apresentou um risco elevado, principalmente devido à desacreditação do público nela quando quando anunciado que a consola portátil da Sony iria arrebatar por completo a portátil da Nintendo no que tocava a poderio técnico.
No entanto, foi preciso ver para acreditar, e a verdade é que se verificou exatamente o contrário. Enquanto a Playstation Portable, a proposta da Sony para o mercado portátil, acumulou vendas superiores a 80 milhões de unidades em todo o mundo, a Nintendo DS conseguiu quase o dobro, com cerca de 154 milhões vendidas. Trata-se assim da consola portátil mais vendida de sempre, e a segunda geral mais vendida, ficando apenas atrás do fenómeno que foi a Playstation 2.
No caso dos seus jogos, a relação quantidade/qualidade do catálogo da Nintendo DS não é nada menos que impressionante. Com mais de quatro mil jogos publicados e com vendas de software superiores a 800 milhões de unidades, reduzir uma quantidade astronómica de jogos aos cinquenta melhores da consola não foi tarefa fácil.
Tentando englobar todos os géneros disponíveis e apenas um título por série principal, este é o top dos cinquenta melhores jogos para a consola segundo o Starbit.
#20 – New Super Mario Bros.
Produtora: Nintendo EAD
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 5 de junho de 2006
Mesmo que a série esteja um pouco estagnada desde há uns anos para cá, a sua qualidade é simplesmente inegável enquanto jogo de plataformas, seja qual for o título e o formato.
New Super Mario Bros. viu o regresso do canalizador aos planos a duas dimensões, criando uma experiência imediatamente reconhecível ao que fora visto até então, mantendo o excelente desenho de níveis e a jogabilidade simples, intuitiva e precisa com que a série foi originalmente concebida. New Super Mario Bros. pode ser descrito como um jogo que reúne os melhores elementos de todo o percurso da série em 2D e projeta-os nesta versão para a Nintendo DS. Podem existir novos power-ups, os gráficos podem ser mais em linha com a sua época mas a qualidade e o divertimento de sempre continuam inalterados.
Com o aparte de ser um jogo relativamente fácil, todos os fãs de plataformas vão sair satisfeitos da versão 2D da série Mario na DS. Já lá vão mais de dez anos e continua tão bom como no dia em que saiu.
#19 – Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride
Produtora: Square Enix, ArtePiazza
Editora: Square Enix
Data de lançamento: 20 de fevereiro de 2009
Ver também: Dragon Quest: Chapters of the Chosen, Dragon Quest VI: Realms of Reverie, Dragon Quest IX: Sentinels of the Starry Skies
Mais uma série em que vários dos seus jogos foram publicados mais vezes que aqueles que o comum dos mortais consegue contar e a Nintendo DS não foi exceção. Recebendo versões melhoradas de três dos jogos da série principal, ao menos acertaram em cheio num dos felizes contemplados. Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride incorpora o melhor do desenho clássico da série, com o foco num enredo de qualidade não muito comum para a grande maioria dos jogos da série.
Começando a aventura em criança, toda a história se desenrola em torno da empatia e relações que se desenvolvem entre várias personagens com quem o protagonista se cruza ao longo de várias gerações, podendo reencontrá-las mais tarde noutra fase da sua vida. É graças a este fator que se cria uma dinâmica cativante no enredo pouco habitual para um jogo do género que vai produzir vários momentos de espanto no seu decorrer.
A jogabilidade é a habitual da série, com o combate na primeira pessoa a manter-se fiel às suas raízes, o ideal para quem pretende uma aventura reminiscente da era 16-bit (geração de origem deste jogo).
Para aqueles que queiram um JRPG clássico na DS não há mesmo que enganar. Mesmo com mais jogos da série na consola, não há qualquer razão para não escolher Hand of the Heavenly Bride.
#18 – Advance Wars: Dual Strike
Produtora: Intelligent Systems
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 30 de setembro de 2005
Ver também: Advance Wars: Days of Ruin
Lembram-se quando Advance Wars ainda existia? Se sim, parabéns, pois fizeram escolhas de vida acertadas até ao momento. Infelizmente, a Intelligent Systems parece mais interessada em arruinar outras séries do que produzir um novo jogo sob este nome mas nem tudo é mau. Para o melhor ou pior, podemos afirmar que a série “terminou” em grande, com dois excelentes jogos na Nintendo DS, com Dual Strike a ser o escolhido para integrar esta lista de modo a manter a regra de um jogo por cada série.
Não divergindo muito dos seus antecessores no Game Boy Advance, a fórmula aqui é exatamente a mesma, mantendo a profundidade do combate inalterada e a necessidade de seguir uma estratégia bem planeada para derrubar o exército inimigo. Em equipa que ganha não se mexe, parece ter sido a máxima seguida, pelo que o desenho de níveis e objetivos é largamente baseado no que já foi visto anteriormente, ponto nada negativo tendo em conta o nível de qualidade dos jogos iniciais.
Para além de se poder partir para a batalha com dois comandantes que se podem trocar entre turnos e aumentando os cenários possíveis que se podem criar com a utilização dos seus poderes, o combate decorre também nos dois ecrãs ao mesmo tempo, possibilitando uma maior área de visão e também um planeamento mais profundo.
Pouco mais há a dizer, é Advance Wars e ponto. Profundo, viciante e divertidíssimo como a série sempre foi, Dual Strike é apenas mais um exemplo disso mas na Nintendo DS. Para os fãs de títulos de estratégia, não há mesmo que enganar com este.
#17 – Henry Hatsworth in the Puzzling Adventure
Produtora: EA Tiburon
Editora: EA Games
Data de lançamento: 20 de março de 2009
Fundindo o género de puzzles com o de plataformas de forma exímia, Henry Hatsworth in the Puzzling Adventure é uma produção hilariante por parte de uma das divisões da Electronic Arts que segue de perto a vivência de um velho aristrocata que vê a sua juventude restabelecida pelo uso de um chapéu dourado, chapéu esse que é na verdade uma relíquia de um passado distante.
Dado que a ambição de Henry não tem limites, após alguma pesquisa ele decide-se a encontrar as restantes peças de vestuário do Golden Suit (do qual o tal chapéu faz parte) de forma a poder controlar o Puzzle Realm, local cheio de tesouros e monstros a protegê-los. Para tal, a aventura de Henry divide-se em duas partes distintas: no ecrã de cima decorre a jogabilidade de plataformas habitual, enquanto uma componente de puzzle (reminiscente de Puzzle League) se situa no ecrã tátil.
Agrupar blocos de inimigos derrotados pode resultar em power-ups para Henry que facilitam a travessia deste cavalheiro por cada um dos belos e coloridos mundos que percorre na sua caça ao tesouro. É um mecânica simples mas muito viciante, que se encaixa perfeitamente na temática do jogo.
O enredo é perfeitamente disparatado (num bom sentido) e o diálogo está carregado de humor, com a divertida personalidade de Henry a ser a estrela de todo o espetáculo. Não ignorar também a banda sonora, que está facilmente entre as melhores de todo o catálogo da portátil.
#16 – Shin Megami Tensei: Devil Survivor 2
Produtora: Career Soft
Editora: Ghostlight
Data de lançamento: 18 de outubro de 2013
Ver também: Shin Megami Tensei: Devil Survivor
Sequela do primeiro RPG tático da Atlus no universo Shin Megami Tensei, Devil Survivor 2 é uma excelente proposta para todos os aficionados do género, melhorando sobre o original em muitos aspetos tais como o combate, dimensão do enredo e outras mecânicas já conhecidas da série.
O jogo encontra-se dividido essencialmente em duas partes: a apresentação da história e as missões onde se desenrolam os combates. A primeira ocorre de forma semelhante ao verificado num jogo do género Visual Novel, onde se incluem várias opções de diálogo que podem influenciar o final do jogo. Na segunda, o ponto principal do jogo, combate-se contra uma série de demónios que tentam afastar o jogador dos objetivos que têm de se alcançar para cada missão. Alternando entre uma perspetiva isométrica para o movimento das unidades do jogador e uma na primeira pessoa para o combate propriamente dito, este sistema funciona muito bem, incorporando o melhor da jogabilidade clássica da saga Shin Megami Tensei e todos os seus elementos na típica jogabilidade de um RPG de estratégia, juntando o melhor de dois mundos num só título.
Fazendo ainda uso de um ‘horário’, o jogador tem que tomar decisões e embarcar em determinadas missões que por sua vez implicam a não-conclusão de outras, podendo isso afetar personagens e a progressão da história, levando igualmente a um final diferente, criando assim uma dinâmica no diálogo e no enredo que acompanha as decisões do jogador que resulta numa experiência única para cada jogador.
Diálogo e enredo envolventes e que progridem de forma natural e ainda um par de sistemas únicos e divertidos, como a fusão de demónios ou o leilão onde se podem adquirir novos demónios por uma pechincha, Devil Survivor 2 é um RPG tático de excelência que faz jus ao nome que representa, entregando ao jogador uma experiência cativante e viciante que vai agradar especialmente aos jogadores que gostam de um bom desafio nos seus jogos.
#15 – The Legend of Zelda: Phantom Hourglass
Produtora: Nintendo EAD
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 19 de outubro de 2007 de março de 2010
Ver também: The Legend of Zelda: Spirit Tracks
A chegada da série Zelda à Nintendo DS pretendia tirar partido de todas as capacidades da consola e The Legend of Zelda: Phantom Hourglass é uma abordagem mais simples a uma série mais profunda e que acaba por funcionar extremamente bem no contexto da portátil da Nintendo. Retendo os melhores elementos de jogos como Wind Waker, Phantom Hourglass ofereceu uma nova forma de vivenciar a série, sem se desviar do que a fez um nome adorado por jogadores de todo o mundo.
Voltando a um visual mais cartoonesco, Phantom Hourglass situa-se cronologicamente após Wind Waker. Aqui Link atravessa todo o oceano de forma a salvar Tetra, que foi raptada por um grupo de piratas nos momentos iniciais do jogo. Controlando-o exclusivamente através do stylus, passa-se por várias ilhas e masmorras e enfrentam-se inimigos inimagináveis nesta aventura para resgatar a sua adorada companheira de aventuras.
Sendo claramente um jogo mais acessível que a maioria dos títulos da série, Phantom Hourglass encaixa perfeitamente no espírito de portabilidade da Nintendo DS, desenhado de forma a não necessitar de um investimento de tempo enorme por parte do jogador para transmitir a mesma sensação de imersão e exploração que algo como os seus congéneres numa consola doméstica requerem.
É uma excelente proposta na consola para o género de aventuras com puzzles à mistura. Depois de o jogador se habituar à forma como funciona, vai ser difícil querer outra coisa na Nintendo DS.
#14 – Mario & Luigi: Bowser’s Inside Story
Produtora: AlphaDream
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 9 de outubro de 2009
Ver também: Mario & Luigi: Partners in Time
Mais um jogo da série Mario & Luigi, mais um problema no Mushroom Kingdom. Contrariamente a qualquer outro jogo com o nome da personagem de bandeira da Nintendo, desta vez o vilão Bowser é a estrela inesperada, no que é facilmente o melhor título desde a criação desta série em 2003.
Alternando entre Bowser, Mario e Luigi, o jogo decorre entre duas perspectivas diferentes nas horas iniciais, já que por razões de força maior, dois dos três protagonistas se encontram dentro da barriga do terceiro. Aliás, a AlphaDream quis mesmo esticar os limites do absurdo para um Mario & Luigi, resultando num jogo incrivelmente divertido inundado de momentos em que tem mesmo de se pousar a consola para recuperar o fôlego de tanto rir.
O sistema de combate é o mesmo de sempre, com mais ataques especiais a marcar presença e uma maior interação com a stylus, juntamente com os botões na sua execução. O grafismo é de luxo e juntamente com as excelentes animações de personagens e efeitos, torna o mundo de Bowser’s Inside Story rico e cheio de vida. Para além disso, a aventura é bastante longa, com uma catrefada de missões secundárias para fazer depois de salvo o Mushroom Kingdom, este é um jogo onde facilmente se despende bastante tempo, tempo esse que será sem dúvida muito bem passado.
#13 – Rhythm Paradise
Produtora: Nintendo SPD; TNX Music Recordings
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 1 de maio de 2009
Simplicidade e divertimento foram os objetivos principais em Rhythm Paradise, apenas melhorando a fórmula iniciada em Rhythm Tengoku, título original da série e lançado exclusivamente no Japão.
Jogado na vertical, o jogador vai passar por dezenas de minijogos simples baseados no ritmo musical em que cada um tem o seu próprio conjunto de regras. De forma semelhante à série Wario Ware, não existe nenhum objetivo final no sentido tradicional do conceito em Rhythm Paradise, estando todo o foco do jogo numa jogabilidade rápida e divertida.
Perfeitamente criado quer para pequenas, quer para longas sessões de jogo, todos os minijogos são diferentes entre si, mesmo que todos sejam jogados a partir das capacidades táteis da consola. É a tocar e a deslizar o stylus em perfeita sincronização com as batidas das músicas que todos estes minijogos caricatos e únicos são completados, existindo ainda mais modos de jogo disponíveis à medida que se desbrava o modo principal.
Não é de todo um jogo fácil, principalmente para aqueles que não têm um bom ouvido ou uma boa sensação de ritmo. O jogo tem uma curva natural de aprendizagem mas não deixa de ser um excelente jogo para quem se queira habituar, visto a sua longevidade ser, de certa forma, virtualmente infinita.
#12 – Professor Layton and the Lost Future
Produtora: Level-5
Editora: Nintendo
Data de lançamento: 22 de outubro de 2010
Ver também: Professor Layton and the Curious Village, Professor Layton and the Pandora’s Box, Professor Layton and the Spectre’s Call
Mantendo-se sempre uma série fresca e de qualidade durante todo o ciclo de vida da Nintendo DS, é o final da primeira trilogia da saga, Professor Layton and the Lost Future, que se eleva um pouco acima das restantes entradas na consola.
Com um foco maior no seu enredo que envolve viagens no tempo, o futuro e se é possível ou não alterá-lo com sucesso, Lost Future é a combinação perfeita entre a exposição da história e a qualidade da jogabilidade a que a série já habituou o seu público.
Os puzzles são mais que muitos e a sua qualidade não sofre com o decorrer da aventura, apresentando bastante variedade em estilo e focados apenas num tema de cada vez. Quer seja um problema baseado em matemática ou algo que apenas envolva lógica e raciocínio, o desafio aqui oferecido é constantemente ajustado à medida que se avança no jogo.
A fórmula não mudou subtancialmente, mesmo nos seus títulos sucessores mas diga-se que isso não era algo necessário. Um mundo vivo, repleto de personagens com quem se interage, montes de puzzles para resolver e diálogo bem redigido fazem desta mais uma entrada de excelência numa das séries mais emblemáticas da Level-5 dos últimos anos e aquela que definitivamente não se pode evitar na consola.
#11 – Radiant Historia
Produtora: Atlus
Editora: Atlus
Data de lançamento: 3 de novembro de 2010
Uma homenagem ao passado sem nunca olhar para trás, Radiant Historia é facilmente uma das melhores produções do seu género, mesmo que não seja das que mais sobressaia quando se iniciam discussões acerca do catálogo de RPGs da Nintendo DS.
Partilhando algumas semelhanças com Chrono Trigger, Radiant Historia coloca o jogador no papel de Stock, um guerreiro que se vê obrigado a viajar para certos momentos do passado numa tentativa de alterar momentos chave da história, impedindo assim os cataclismos que assolam o mundo presente.
Sendo que viagens no tempo não se apresentam como nada de novo nos videojogos, esta mecânica é aqui manipulada de forma quase perfeita, produzindo resultados muito interessantes e muito aproximados do que seria uma experiência real de viagens no tempo. A ordem com que se visitam certos momentos e a forma como se escolhe actuar influenciam os próximos momentos a visitar, levando por vezes a um ciclo de forma a alcançar o resultado mais favorável para o futuro (que para o protagonista é o presente). Podendo inicialmente parecer aborrecido reviver momentos várias vezes, explorar todas as combinações de acontecimentos possíveis é algo muito satisfatório e o facto de se poder errar em vários caminhos prova como Radiant Historia é um jogo dinâmico e lógico.
O sistema de combate por turnos é também muito divertido, onde o posicionamento das personagens e inimigos é um elemento importante a ter em conta e a ordem de ataque dos protagonistas é também crucial de forma a maximizar os danos causado e minimizar os estragos por parte do inimigo.
Um enredo denso e envolvente, personagens e diálogos bem construídos e um bom sistema de combate puxam Radiant Historia para o grupo dos jogos distinguidos como estando entre os melhores da Nintendo DS. Mesmo não tendo uma progressão por vezes muito natural ou sentir-se demasiado vasto para um título com a sua ambição, continua a ser indiscutivelmente um dos melhores RPGs da última geração, e por acréscimo um dos melhores da consola.
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.