Demon’s Rise: War For The Deep – Análise

Sempre que dou uma vista de olhos pela eShop da Nintendo Switch em busca de novidades apetecíveis deparo-me com um leque cada vez mais alargado de jogos de estratégia por turnos. Na senda de propostas como Warhammer Quest, este Demon’s Rise: War of the Deep, estreado há um par de anos no PC, é uma das opções mais recentes. O enredo é desde já displicente, servindo apenas como motivo para a ação. Entrando nas profundezas da antiga cidade de Angor existem trinta classes de personagens para escolher, entre espadachins, feiticeiros traiçoeiros, assassinos e outros. O jogador parte à aventura com um leque de seis heróis. À primeira vista, Demon’s Rise oferece material para divertir por algum tempo. A longevidade rondará algumas dezenas de horas, na tentativa de ultrapassar os 85 níveis. 

Com tamanha variedade de escolhas entre classes, cada uma com habilidades próprias, é relativamente interessante equilibrar a equipa para abordar os níveis. Os combates por turnos são muito baseados no corpo-a-corpo, mas um sistema de “cover” abre outras oportunidades. Embora não seja sempre decisivo, este apela a que se olhe para o cenário à procura dos locais mais propícios para ficar em vantagem. Demon’s Rise também inclui um sistema de moral que afeta os dois lados da barricada. Ao sofrerem muitas baixas, alguns heróis ou combatentes podem ficar aterrorizados ou até entrar em fúria. Os heróis mais fortes podem também aumentar a coragem dos mais débeis. As opções estratégicas ao dispor, a longevidade, e o nível de dificuldade ajustável são características notáveis para um projeto modesto como este.

Se o cerne do jogo é surpreendemente eficaz, muito do esforço em colocar Demon’s Rise num patamar aceitável acaba por cair por terra. A direção artística, embora cumprindo o propósito, parece saída de muitos jogos da década de 1990, a própria simplicidade dos modelos das personagens ou dos cenários não as ajuda a tornarem-se mais vistosas. Fora os combates, Demon’s Rise não tem muito mais para oferecer, com opções bastante simplistas. A banda sonora também não se destaca. O pior de tudo está nos tempos de carregamento extremamente longos e irritantes, traindo uma premissa que poderia assentar como uma luva numa consola com as características da Nintendo Switch.

Nuno Nêveda

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.