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Ageless – Análise

Conhecem aquela pérola na eShop da Nintendo que junta plataformas, uma bela direção artística pixelizada e uma história adulta e triste? Um jogo raro que ninguém conhece chamado Celeste. Sim, esse mesmo. Peço desculpa pela introdução, era impossível fugir ao “meme” do amado Celeste, mas tenho de admitir que não o joguei. Tenho uma certa alergia a jogos difíceis e a minha destreza não é das melhores, mas estou bastante curioso pela história. Dito isto, Ageless chega à redação em jeito de homenagem ao jogo mencionado, e também ele junta o que Celeste fez de melhor: as plataformas e “puzzles”; a dificuldade e o enredo que tenta apelar à lágrima; mas será que foi bem sucedido? Não têm de responder, é uma pergunta retórica mas sim, conseguiu q.b.

Ageless também tem uma heroína, Kiara, que com os seus vinte anos procura o seu lugar, o seu propósito nesta vida. Neste caso, os poderes de Kiara de manipulação do tempo vão ajudá-la na resolução dos “puzzles” ao longo das poucas horas de jogo e a ajudar algumas personagens que surgem pelo caminho com os seus problemas. Claro, cada problema, cada dilema que servirá de introspeção para a situação da nossa protagonista. Algumas vezes sai-se bem, noutras é apenas um pouco forçado. Não obstante, tiro o chapéu ao jogo por querer fazer algo diferente e riscos como estes não se deitam abaixo.

Histórias à parte, o grosso de Ageless reside na jogabilidade. Safa-se, tendo em conta o que mete na mesa: metade jogo de plataformas, metade de “puzzles”. A mecânica de controlo do tempo foi bem implementada, com a possibilidade de manipular criaturas para se tornarem jovens e fortes de forma a destruir o cenário, ou velhas e pesadas para destruir o chão, por exemplo. É mais semelhante a Oracle of Ages do que a Braid, de certa forma. O jogo não se livra da frustração comum ao género e vamos perder várias vezes até acertarmos com a coisa, felizmente que começamos no início do nível. Infelizmente somos obrigados a repetir os “puzzles” desde o início.

Teria de haver uma pedra neste sapato, não é? Não seja por isso, porque Ageless safa-se bem no resto e este aspeto não é o suficiente para manchar uma boa experiência que não ocupará mais do que dez horas. Mais, se quiserem repetir o jogo para encontrar todos os segredos. Os olhos e os ouvidos não ficaram impressionados, o ambiente visual não é memorável e a banda sonora deixa a desejar, desaparecendo por completo em alguns níveis onde reina o silêncio.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
6 10 0 1
O jogo tem boas intenções e explora um conceito interessante, é pena a sua execução mas não podemos ter tudo. Se o conseguirem numa promoção para matar a fome de mais Celeste, ficam bem.
O jogo tem boas intenções e explora um conceito interessante, é pena a sua execução mas não podemos ter tudo. Se o conseguirem numa promoção para matar a fome de mais Celeste, ficam bem.
6/10
Total Score

Pontos positivos

  • Enredo
  • "Puzzles"/plataforma

Pontos negativos

  • Ambiente visual
  • Banda sonora

André Pereira

Tempo contado, demasiadas ocupações. Para aguentar uma crise de tenra idade, o André joga e escreve sobre jogos. É fã de RPG japoneses e de uma história de puxar à lágrima.