Jump Force Deluxe Edition – Análise

Algum tempo depois da sua estreia noutras plataformas e fustigado pela crítica, quer por limitações de conteúdo mas principalmente por problemas de ordem técnica, a chegada de Jump Force Deluxe Edition à Nintendo Switch traz dúvidas e incertezas. Antes de mais, é de salientar que a versão na Switch inclui todo o conteúdo da original e adiciona ainda todo o DLC disponível até a data de lançamento. O conteúdo adicional já anunciado sairá na eShop e em simultâneo com as restantes plataformas.  

O enredo tenta justificar a presença de todas as personagens da Shonen Jump sob a forma de gorar os planos dos vilões mais carismáticos de cada universo, unidos num plano comum. A presença das personagens seria suficiente por si só para entusiasmar o seu público-alvo e será por ventura o único motivo para progredir na história. A nossa personagem é completamente personalizável de uma forma bastante completa e intuitiva: além dos atributos físicos, também os elementos de combate podem ser personalizáveis ao longo do jogo. Reunir no mesmo lutador alguns dos ataques especiais mais reconhecidos das nossas personagens preferidas é claramente um ponto alto para os admiradores deste universo. Ingressamos em uma de três equipas, uma escolha apresentada como crucial mas que acaba por ter pouco peso na experiência de jogo a médio prazo. O resto funciona à base de completar missões para desbloquear novas personagens e desenvolver o enredo, sendo que estas partem de ultrapassar uma fase de combate.

As limitações técnicas são visíveis, desde logo na sequência cinemática inicial. As quebras de fluidez sobressaem e comparativamente às outras versões do jogo existe um claro decréscimo qualitativo, embora se mantenha próximo do original. A face menos trabalhada é sem dúvida a exploração do mapa, principalmente quando ligado à internet. Aqui as quebras de fluidez são frequentes e encontram-se demasiadas inconsistências visuais. Onde esta versão se destaca é em combate, apesar de não ser perfeito desenrola-se de forma fluida e permite explorar esta vertente de forma satisfatória. O grande problema do combate não é tanto a sua natureza técnica mas o conteúdo. A falta de profundidade é óbvia e sobrepõe-se a qualquer ambição competitiva. Mesmo assim e para o público a que o jogo se destina, é muito satisfatório fazer ataques especiais de forma simples, podendo usar os ataques mais conhecidos de cada personagem num autêntico regalo para os fãs. A escolha visual não vai agradar a todos, as personagens apresentam modelos poligonais com a intenção de uniformizar todas as personagens de estilos diferentes num mesmo padrão, alinhado com a capacidade de personalização do nosso protagonista. Apesar destes receberem todas as características físicas individuais de cada personagem, não conseguem transmitir a personalidade que lhes é característica, mesmo que tenham as suas vozes originais.

Sérgio Mota

Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.