Ary and the Secret of Seasons – Análise
Ary and the Secret of Seasons é um jogo de ação e aventura que chega à Nintendo Switch cheio de ambição e de boas referências à série Zelda. Infelizmente as suas aspirações chocam demasiadas vezes com limites de ordem técnica e durante a nossa análise foi bem visível que muitos conceitos ficaram ingloriamente por explorar.
A história apresenta-se como o ponto forte do jogo. Ary é filha de um dos guardiões das estações do ano. Após o desaparecimento do seu irmão, o pai vê-se incapaz de continuar as suas funções e no seguimento de um ataque à sua aldeia, Ary tem de desobedecer aos pais e assumir as responsabilidades da família como guardiã das estações e na procura do irmão desaparecido. A história é apresentada por sequências de diálogo vocalizado de forma competente e envolvente, que apenas se lamenta não ter sido mais explorado de forma a incorporar todo o enredo. A história é envolvente e mantém o interesse do jogador, apesar dos entraves impostos pela natureza técnica do jogo.
Os tempos de carregamento são penosamente longos e surgem demasiadas vezes, o que causa uma quebra significativa na forma como nos envolvemos na história. O mesmo acontece com a fluidez inconsistente, bastante aflitiva em momentos decisivos de combate ou de exploração mais exigente, nomeadamente em sequências de plataformas que impliquem saltos de precisão. Visualmente o desempenho é inconsistente, e se existem alguns apontamentos visuais interessantes, na globalidade o ambiente acaba por ser algo genérico e um pouco datado. Os efeitos climatéricos são os verdadeiros protagonistas na ação mas a sua representação visual, embora original, por vezes acaba por criar distrações e torna a exploração penosa e frustrante, como acontece com o efeito da neve.
O uso das estações não é uma ideia nova e se neste jogo se encontra bem implementado, mostra bastante potencial por explorar. Os quebra-cabeças envolvem sobretudo transporte de elementos e são pouco originais, além disso a sua disposição é pouco coerente e desorganizada. O mapa faz um bom trabalho em indicar o percurso mas este nem sempre é claro e o nível de exigência de exploração é elevado. Aqui a crítica surge apenas por este fator não ser propositado mas sim derivado de uma programação pouco precisa. As missões secundárias são pouco relevantes mas a sua presença é de elogiar. Os controlos são simples e intuitivos, com pouca margem para crítica. O combate não tenta atingir um nível de excelência mas antes dar resposta à necessidade do jogo, com um desafio que demasiadas vezes acaba por ser desequilibrado por quebras de fluidez ou erros na forma como foi planeado. Já a componente sonora é um dos pontos mais altos do jogo, quer no trabalho de narração já referido, como nas suas faixas bem executadas, um trabalho raro e notável num projeto desta escala e orçamento.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- História e conceito interessantes
- Bom trabalho de narração
- Banda sonora de destaque
Pontos negativos
- Desempenho visual
- Tempos de carregamento longos
- Ritmo de jogo desequilibrado
- Nível de desafio condicionado
Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.