AnálisesSwitch

Pikmin 3 Deluxe – Análise

Há dois tipos de pessoas: as que não tiveram uma Wii U e vão aproveitar estes relançamentos, e as que colecionam a série Pikmin desde a GameCube sem a terem jogado. Olá, pertenço ao segundo grupo e agora que o útil se juntou ao agradável, vamos começar pela terceira entrada. Até é melhor por apanhar a série já madura e com os TPC feitos dos jogos anteriores. Ainda por mais por ser uma versão com o título Deluxe, com tudo o que isso implica.

E o que é Pikmin? Pikmin é, ou melhor, os Pikmin são as pequenas criaturas que nos acompanham em todos os jogos da série e que são pau para toda a obra. Estes habitantes de um planeta estranho brotam do solo como flores adoráveis e decidem seguir os exploradores intrépidos, ajudando-os a sobreviver um dia de cada vez. Eles chegam-nos de todas as cores e feitios, com as suas habilidades, resistências e vulnerabilidades. É tão adorável vê-los e ouvi-los a marchar atrás do explorador, a arfar enquanto abrem caminho ou carregam entulho para acabar pontes ou outras construções. Deixa de ser adorável quando começam a morrer em grande escala e só lhes ouvimos as súplicas…

Se a série tem um ar mimoso, descontraído e plácido, este é apenas uma ilusão temporária disfarçada através de cenários, fauna e flora coloridas. Aliás, o próprio jogo começa com uma nuvem negra: um planeta a passar fome e sem recursos, que se encontra numa momento desesperado a tentar sobreviver. Cabe às três novas personagens, Alph, Brittany e Charlie, regressar a casa com boas notícias e muita frutinha. Só que o início da aventura dá para o torto quando se despenham em PNF-404 e como se não bastasse terem de se safar, ainda descobrem estranhas transmissões de uma cara familiar aos fãs da série.

Não há qualquer problema em começar pelo terceiro jogo. Tirando umas piscadelas de olho aos anteriores, é uma excelente introdução para os curiosos com uma Switch nas mãos. O enredo não é o foco principal da aventura, o protagonismo vai todo para a jogabilidade refinada ao longo dos anos, a série Pikmin é o resultado da Nintendo tentar voltar a descobrir a pólvora dos jogos de estratégia e dos jogos de gestão (um pouco como a série Splatoon deu uma nova dimensão aos “shooters”). Provavelmente seria mais fácil jogar com rato e teclado, selecionar grupos de Pikmin e orientá-los ao longo dos cenários mas o esquema de controlos é acessível q.b. – controlamos um dos três astronautas (podemos alternar ou jogar em modo cooperativo local) e usar o fiel apito para chamar as criaturas. O jogo faz o resto: os Pikmin sabem quando devem atacar, quebrar barreiras, transportar materiais, fruta ou os cadáveres dos inimigos para se multiplicarem. Sim, leram bem. Ri demasiado alto quando os meus ajudantes vermelhos começaram a carregar o corpo de um “boss” derrotado com algum esforço e suor.

No entanto, não há bela sem senão. Quando o número de Pikmins aumenta e o jogador quer dividir tarefas ou visar vários alvos ou partes do cenário, o mecanismo é para lá de frustrante, o que podia ter sido resolvido com a implementação de controlos através do ecrã tátil da Switch. Uma oportunidade perdida, mas sempre se pode ativar controlos por movimentos para apontar e dirigir, que acabam por não fazer quase nada. Dito isto, alternar entre as criaturas e as três personagens é bastante simples.

Tanto num ecrã de televisão como no ecrã da Switch não se encontram problemas. O ambiente visual merecia uma pincelada, afinal a Switch consegue fazer melhor e mais belo, mas nem por isso deixa de se absorver a palete colorida daquele admirável mundo novo, com um nível de pormenor incrível que se nota nas criaturas todas diferentes entre si. A banda sonora é envolvente, exótica e mergulha-nos num mundo estranho que motiva à exploração – é nessa combinação que o jogo nos prende. É um jogo que grita estranheza por todos os poros, mas que consegue ser tão reconhecível como enternecedor.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
9 10 0 1
O que temos aqui é mais uma respescagem do catálogo da Wii U e já não falta muito para que estejam todos na Nintendo Switch. Pikmin 3 Deluxe é uma edição recheada de modos de jogo adicionais, DLC e outras curiosidades para atrair os veteranos, mas também é um ponto de partida para uma verdadeira sequela pensada inteiramente para a Switch e a prova de que Pikmin não precisa de um Hey! Pikmin para se vivenciar numa experiência portátil. O jogo é curto, dividido em dias de quinze minutos, e perfeito para umas jogatanas rápidas... ou sessões compridas e frustrantes, porque se o dia acabar a meio de um "boss", lá vamos de novo. Se é fácil de se gostar de Pikmin 3 Deluxe, é também preciso reconhecer que pode não ser um jogo para quem procura uma experiência mais profunda. Por essa razão, recomenda-se primeiro descarregar a demo e só depois optar pelo jogo completo.
O que temos aqui é mais uma respescagem do catálogo da Wii U e já não falta muito para que estejam todos na Nintendo Switch. Pikmin 3 Deluxe é uma edição recheada de modos de jogo adicionais, DLC e outras curiosidades para atrair os veteranos, mas também é um ponto de partida para uma verdadeira sequela pensada inteiramente para a Switch e a prova de que Pikmin não precisa de um Hey! Pikmin para se vivenciar numa experiência portátil. O jogo é curto, dividido em dias de quinze minutos, e perfeito para umas jogatanas rápidas... ou sessões compridas e frustrantes, porque se o dia acabar a meio de um "boss", lá vamos de novo. Se é fácil de se gostar de Pikmin 3 Deluxe, é também preciso reconhecer que pode não ser um jogo para quem procura uma experiência mais profunda. Por essa razão, recomenda-se primeiro descarregar a demo e só depois optar pelo jogo completo.
9/10
Total Score

Pontos positivos

  • Os Pikmin são adoráveis
  • Ambiente audiovisual
  • Mecânicas de jogabilidade

Pontos negativos

  • Falta de controlos táteis

André Pereira

Tempo contado, demasiadas ocupações. Para aguentar uma crise de tenra idade, o André joga e escreve sobre jogos. É fã de RPG japoneses e de uma história de puxar à lágrima.