Tropico 6 – Nintendo Switch Edition – Análise
Os jogos de construção e gestão de cidades ganharam um novo protagonismo nos últimos tempos e regressaram ao mundo das consolas com algum sucesso. A referência máxima dos últimos anos, Cities: Skylines, conseguiu trazer uma experiência capaz e divertida à Nintendo Switch, apesar de se lhe reconhecerem algumas limitações. Agora é a vez de Tropico 6 tentar a sua sorte.
Lançado originalmente em 2019 para PC e outras consolas, Tropico 6 é o capítulo mais recente na já longa série que retrata uma pequena ilha das Caraíbas. Em vez de construir uma cidade limpa, segura e moderna, o objetivo passa por assumir o papel de El Presidente, um líder autocrático ao bom estilo das ditaduras daquela parte do mundo e liderar os destinos da nação, tudo com muito humor à mistura.
Como em qualquer jogo que segue as convenções do género, muitas das funções passam por construir infraestruturas e serviços de forma a fomentar a qualidade de vida dos cidadãos e colocar a economia a funcionar através do desenvolvimento da agricultura, indústria e logística. Sempre descontraído mas com uma profundidade assinalável, um Tropico destaca-se com a importância dada à política no desenrolar do jogo. Eleições forçadas, oposição perseguida, presos políticos e até contas em “offshores”, tudo clichês associados a muitos ditadores por esse mundo fora.
A entrada na Nintendo Switch mantém o conteúdo da versão base lançada no ano passado, incluindo a possibilidade de gerir grandes arquipélagos e que constitui a principal novidade deste Tropico 6. Os mapas, modos e desafios são os mesmos, por isso não se encontra um modo de campanha convencional, mas antes uma seleção de situações pré-definidas para superar. Como esperado, o modo Sandbox é o grande destaque e o que provavelmente vai ocupar a maior parte da experiência de jogo. Aqui pode-se criar um regime a partir do zero, definindo o nível de dificuldade e dinheiro disponível, entre outras opções. A partir daí, a sapiência e gestão serão determinantes.
O jogo é bastante profundo e conta com várias mecânicas para aprender de forma a maximizar o sucesso do regime autoritário que o jogador vai criar. Só que isto traz um problema na conversão para uma consola como a Nintendo Switch: a falta de rato como dispositivo de controlo obriga a adaptações de interface e é bem provável que se gere alguma confusão devido aos múltiplos menus e à sensibilidade desajustada dos analógicos. As funcionalidades do ecrã tátil ajudam a minimizar as limitações próprias dos controlos, mas a interação fica longe do esquema intuitivo que se encontra no PC.
O maior problema na conversão para a consola da Nintendo reside sobretudo na vertente técnica. O ambiente visual é bastante pobre, com poucos pormenores e cores deslavadas, o que torna a recriação dos cenários caribenhos em mundos pouco vibrantes. Junte-se a isto os tempos de carregamento iniciais excessivamente longos e alguma lentidão na interface. Já o departamento sonoro merece boa nota, com melodias caribenhas perfeitamente ajustadas à temática. Já o preço de venda é outra decisão passível de crítica: um jogo com um ano de vida a €49,99, e ainda com conteúdos descarregáveis em separado na eShop da Nintendo Switch.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Profundidade da experiência
- Tom descontraído e com muito humor
- Muito conteúdo para explorar
Pontos negativos
- Grafismo muito pobre
- Tecnicamente instável
Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.