Maid of Sker – Análise
Depois da sequela de Remothered me ter deixado triste, foi com alguma apreensão que peguei neste Maid of Sker. Felizmente era uma apreensão infundada; houve medos, sim, mas causados pelo jogo do estúdio Wales Interactive. Inspirado na tradição folclórica galesa e na lenda de Elizabeth Williams com algumas alterações pelo meio, metemos as mãos e os pés no Hotel Sker, um sítio simpático e assombrado. A base da lenda é simples: um pai tranca a filha no sótão para ela não fugir com o seu amado, mas o jogo vai mais longe ao buscar um pouco de mitologia grega, com uma pitada de ambiente “lovecraftiano”. E claro, também tomou algumas liberdades artísticas, como o ênfase na componente sonora com destaque para a música (ou a sua ausência) e efeitos, bem como em relação aos inimigos.
É bastante importante saber quando podemos fazer barulho ou manter o silêncio para não sermos apanhados pelos inúmeros inimigos que vagueiam pelo hotel. Tal como em Outlast e noutros jogos semelhantes, estamos indefesos mas aqui ainda podemos tapar a boca para abafar o som da nossa respiração. Só que isto não é uma batota para avançar no jogo, quanto mais tempo sustivermos a respiração maior será o esforço de inspiração para recuperar o fôlego, ou então podemos perder os sentidos. Ação e reação. Se bem que a nossa personagem podia tirar os sapatos para andar naquele chão velho e assim evitar muitas chatices, mas isso são pormenores.
A grande maioria do jogo consiste na exploração do hotel. Tirando alguns casos em que é necessário regressar a pontos anteriores, é uma experiência curta mas memorável, porque de divisão a divisão conseguimos ver como o hotel era no passado: vivo, animado, luxuoso, face à decadência que vive atualmente. Para isso é preciso que os gráficos façam jus à mensagem que querem passar, e o ambiente visual porta-se bem. Sem grandes surpresas, o jogo na Switch não tem o mesmo aspeto que em plataformas tecnicamente mais avançadas, mas isto em nada prejudica as horas assustadoras que podemos passar com o jogo, e o mesmo se pode dizer do departamento sonoro que caracteriza este Maid of Sker.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Folclore galês
- Ambiente assustador
- Experiência curta, mas excelente
Pontos negativos
- Zero
Tempo contado, demasiadas ocupações. Para aguentar uma crise de tenra idade, o André joga e escreve sobre jogos. É fã de RPG japoneses e de uma história de puxar à lágrima.