Empire of Sin – Análise
Empire of Sin coloca o jogador na posição de chefia de um império mafioso que combina elementos de RPG e simulação com combates por turnos. Esta fórmula acaba por resultar melhor na teoria do que na prática. Começando pela falha mais aparente, esta conversão para a consola da Nintendo é terrível de um ponto de vista técnico, a versão inicial do jogo encontra-se no limiar do intragável. Algumas atualizações mais tarde e os problemas mais gritantes foram corrigidos, notando-se uma melhoria significativa no desempenho num ecrã de televisão. No entanto, estas melhorias apenas fizeram Empire of Sin passar de um estado deplorável para algo minimamente jogável, mas a experiência continua bastante fraca. Seja pela resolução baixa, texturas paupérrimas e algumas ausências de animações, os donos de uma Switch Lite ou que apenas pretendam jogar esta obra no ecrã da consola vão ter de lidar com aqueles obstáculos num estado ainda mais agravado, razões pelas quais a aquisição do jogo é veementemente desaconselhada.
Colocando de parte os contratempos, é inegável que existem aqui boas ideias e uma base para o que eventualmente poderia ter sido um excelente aproveitamento do conceito… se as circunstâncias fossem outras. Catorze “padrinhos” diferentes compõem o elenco de opções iniciais para a personagem que o jogador controla, cada um com habilidades que realçam formas diferentes de abordar o jogo. Ultrapassado o longo tutorial inicial, temos a liberdade de explorar o mapa a nosso bel-prazer, sendo esta a altura que damos início ao nosso reinado de terror e vamos então cimentar o lugar como o maior “gangster” que Chicago já viu.
O principal objetivo será adquirir diferentes tipos de negócios (e consequentemente, território) sob a forma de destilarias, casinos, bordéis, hotéis, entre outros. Cada uma destas atividades tem as suas vantagens e desvantagens que terão de ser geridas de forma eficiente, pois nenhum recurso é descartável na luta pelo domínio de Chicago. Desde a contratação de aliados ao equipamento que a segurança de cada local utiliza, é necessário um investimento contínuo de forma a garantir que não só conseguimos expandir as nossas fontes de rendimento mas que as protegemos da melhor forma possível, pois o inimigo nunca descansa.
Claro está, não seríamos verdadeiros fora-da-lei se não tomássemos pela força aquilo que não conseguimos obter por outros meios. Ao invadirmos propriedade inimiga a jogabilidade toma a forma de um RPG tático por turnos bastante genérico onde nunca sabemos se a IA será competente desta vez ou não. Os movimentos dos inimigos são muitas vezes erráticos e os sistemas de cobertura e de posicionamento no que toca a ataques funcionam mal. É também demasiado fácil, mesmo no nível de dificuldade mais elevado, com muitos destes confrontos a serem concluídos com apenas uma personagem (quando ocasionalmente as outras não registam entrada na área de combate). É uma pena que a quantidade de habilidades únicas e estilos sejam tão variadas mas não exista nenhuma oportunidade para as utilizar a fundo. Os modelos de inimigos são também repetidos “ad nauseam”, algo que apenas ajuda a realçar como esta vertente de Empire of Sin não contribui para uma experiência interessante.
E é neste ponto com que nos deparamos com a falha última em toda esta experiência: nenhuma das componentes de simulação é realmente necessária. O ciclo que a Romero Games tentou criar funciona bem em teoria, mas na prática nenhuma das suas partes se materializa de uma forma que o justifique. É uma realização que infelizmente é impossível de ignorar, e Empire of Sin simplesmente não volta a ser divertido depois dela.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Temática cativante
- Conceitos interessantes
- Elenco de personagens criativo
Pontos negativos
- Visualmente muito fraco
- AI desfalcada
- Problemas técnicos salientes
- Vertente de simulação inconsequente
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.