YesterMorrow – Análise
YesterMorrow é um jogo de plataformas que se desenrola em duas dimensões e cuja característica mais marcante é a mecânica de alternar entre passado e futuro . Se esta não é propriamente uma novidade, a sua implementação é interessante, juntamente com um enredo forte para motivar o jogador a avançar. Após um ataque trágico ao festival da aldeia da nossa protagonista, esta inicia uma jornada para alterar o curso da história viajando ao passado para impedir o evento.
As viagens no tempo seguem o padrão popularizado por Ocarina of Time – a nossa personagem alterna entre jovem ou adulta mediante a linha temporal representada. Esta dinâmica encontra-se sobretudo como parte de um quebra-cabeças que temos de resolver para avançar nos níveis. A complexidade cresce de forma gradual e equilibrada, mas nunca chega à sofisticação que seria de esperar. O desenho dos níveis segue um padrão clássico, fazendo o equilíbrio entre plataformas e ação, embora este nunca seja amplamente explorado e acaba por ser preferível sempre que possível optar pela furtividade. Os combates com “bosses” finais apresentam um grande desafio e fazem um uso inteligente das habilidades da protagonista. Se o nível de dificuldade é por vezes avassalador, torna-se mais gerível após identificarmos os padrões. O avanço do jogo usa um sistema de “checkpoints” que se encontram distribuídos de forma generosa, permitindo assim uma exploração mais ousada e menos frustrante. A dualidade temporal é explorada de forma eficiente, o que traz variedade ao já vasto mundo que encontramos.
Se as ideias que YesterMorrow exibe não são de todo originais, a sua combinação funciona de maneira harmoniosa e o resultado é um jogo bastante apelativo e envolvente, pelo menos numa fase inicial. Embora a direção artística sofra de alguma saturação devido à presença de outras propostas semelhantes, é aplicada de forma exímia e um autêntico regalo para os olhos. A Blowfish tem ainda disponibilizado atualizações para afinar a experiência e corrigir algumas falhas que se podiam encontrar numa versão anterior do jogo. Estas falhas acabam por não ser impeditivas de desfrutar da belíssima experiência que o jogo oferece. O seu maior problema é não apresentar uma identidade própria, repetindo conceitos já explorados noutros jogos de forma extremamente eficaz e sem conseguir rivalizar com a sua implementação. Fica uma sensação de muito potencial por explorar, perdendo demasiado cedo a sensação de novidade, apesar da implementação espaçada de elementos ao longo da aventura. A cadência do enredo é perfeita e suficiente para motivar o jogador só por si, mas provavelmente o nosso tempo seria melhor investido nas musas que inspiraram esta obra.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Direção artística
- Enredo cativante
Pontos negativos
- Sem elementos diferenciadores
- Cinge-se demasiado às inspirações
Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.