Rogue Heroes: Ruins of Tasos – Análise
Visivelmente inspirada por Link to the Past, a Heliocentric Studios decidiu abordar aquela fórmula de uma maneira mais complexa, combinando a aventura e exploração com elementos “roguelite” e ainda a possibilidade de os jogadores se aventurarem em modo cooperativo. O resultado é Rogue Heroes: Ruins of Tasos, uma experiência “indie” baseada numa jogabilidade simples, divertida e viciante para todos os adeptos de jogos do género.
O enredo é bastante genérico, servindo apenas para contextualizar as ações do jogador e sem intenções de se destacar além daquela função. Após uma guerra centenária entre humanos e seres malignos na ilha de Tasos, o conflito terminou com a intervenção de quatro deusas que encerraram permanentemente aqueles seres em masmorras, ou assim se pensava. Aqueles selos foram quebrados, Tasos encontra-se novamente à beira de um conflito, e as deusas (agora mais enfraquecidas) apelaram a que os mais corajosos destruam os inimigos que se encontram naquelas masmorras já há muito esquecidas.
A exploração e combate em Ruins of Tasos são muito semelhantes ao que se encontra em Link to the Past, desde a movimentação ao ritmo em que a ação decorre. Partindo de um mundo que serve de ligação, o jogador vai desbravar masmorras geradas aleatoriamente onde é preciso resolver “puzzles”, combater com inimigos e habitualmente, traver um confronto final com um “boss”. Rogue Heroes é um jogo difícil, desproporcionalmente difícil em algumas ocasiões, e dada a sua natureza “roguelite”, perder todo o nosso equipamento e mantimentos pode ser muito frustrante. Isto pode ser mitigado com a possibilidade de adquirir atalhos permanentes ao alcançar determinadas secções da masmorra. Sem que torne o jogo menos desafiante, isto coloca o jogador no meio da ação o mais rapidamente possível, e contribui para que a experiência seja menos frustrante.
Com os espólios de cada jornada podemos investir no desenvolvimento da ilha de Tasos, criando mais habitações e edifícios especializados que aumentam a população e permitem melhorar habilidades e aprimorar o nosso equipamento, o que possibilita a conquista de masmorras cada vez mais desafiantes. O crescimento da população permite também explorar mais a fundo o mundo do jogo fora das masmorras através de missões secundárias que nos são transmitidas pelos aldeões. Não são particularmente interessantes ou complexas, mas constituem um bom intervalo da campanha principal. Já o desenvolvimento do protagonista deixa muito a desejar. Existem várias classes à escolha, cada uma com parâmetros específicos e uma habilidade única, mas que pouco se reflete na jogabilidade. A experiência é maioritariamente a mesma, seja qual for a classe escolhida, o que torna esta componente irrelevante. Para um jogo com um combate tão simples, o desenvolvimento do protagonista apresenta uma série de caminhos desnecessários e em quantidade excessiva. O equipamento também sofre um pouco do mesmo problema, certos objetos são indiscutivelmente melhores que outros, nomeadamente o gancho, que torna qualquer outro instrumento presente no jogo (e são bastantes) inútil.
Rogue Heroes: Ruins of Tasos acaba por ser um bom jogo, especialmente divertido quando se joga acompanhado por mais três amigos, mas perdura a sensação que deveria ter ido mais além. A jogabilidade é divertida, as masmorras interessantes e a evolução do mundo do jogo satisfatória, mas a escolha de um meio e enredo genéricos, um protagonista sem carisma e uma progressão individual mal implementada significam que esta obra não se encontra ao nível de outros jogos “indie” disponíveis para a Switch.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Jogabilidade simples mas divertida
- Modo cooperativo
- Evolução do mundo
Pontos negativos
- Enredo genérico
- Protagonista sem carisma
- Desenvolvimento desinteressante do protagonista
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.