AnálisesSwitch

New Pokémon Snap – Análise

A popularidade da série Pokémon deu origem a uma variedade enorme de jogos com os temas mais bizarros. Pokémon Snap ganhou bastante destaque na sua época, quer pela integração da personagem principal num episódio da série de animação, quer pela premissa original e interessante de poder observar as criaturas no seu estado mais selvagem, fora das bolas e das arenas de combate. Quase duas décadas volvidas, a sua sequela chega à Nintendo Switch e apresenta uma expansão da fórmula inicial.

A nossa personagem é encarregue pelo professor Mirror de explorar a região de Lental e de fotografar todos os Pokémon para construir um álbum chamado Photodex. O conceito é bastante simples e direto, ao mesmo tempo que é complementado por todos os elementos que caracterizam o sucesso da série: um professor que nos envia numa demanda; a presença de um rival; a ambição de descobrir todas as criaturas; a exploração de uma história mitológica cuja investigação marca todo o enredo. Fotografar elementos cruciais ajuda a decifrar o mistério e permite avançar no enredo, que nos é apresentado mediante animações e diálogos.

A base do jogo é bastante simples e muito bem implementada: o protagonista explora um local de forma automática ao longo de um percurso predefinido num veículo esférico. Encontramos vários Pokémon no seu habitat natural e a nossa missão é tirar-lhes as melhores fotos possíveis. As fotografias são divididas em quatro categorias mediante a qualidade, variando de uma a quatro estrelas, além de critérios adicionais como a distância, a presença de mais Pokémon na fotografia, pose, entre outros. Só é possível submeter uma fotografia de cada criatura para avaliação final, o que implica alguma capacidade de planificação do jogador, já que nem sempre as nossas fotos preferidas são as que nos permitem obter uma pontuação mais elevada para avançar no nível. Ao regressar a espaços já explorados deparamo-nos com o mesmo conteúdo, as alterações ocorrem apenas quando mudamos de nível. Se esta falta de arbitrariedade pode ser pouco coerente com o meio de habitat natural que o jogo pretende transmitir, percebemos que é a opção mais sensata dada a quantidade avassaladora de oportunidades fotográficas simultâneas com que o jogador se depara e impossíveis de maximizar em apenas uma visita. O jogo tem assim um lado repetitivo mas que se dilui no enredo e na procura da perfeição fotográfica. As capacidades online tornam esta experiência mais apelativa, podemos partilhar as nossas obras como se de uma rede social se tratasse, com direito a “feedback” de outros jogadores e a uma classificação mundial que tem em conta a pontuação do Photodex.

A mecânica das fotografias é bastante simples, com um sistema de apontar e disparar. Foram deixadas de lado as opções mais complexas do mundo fotográfico, o que reduz a experiência ao simples “zoom” e ao “burst mode”, que permite tirar bastantes fotografias em pouco tempo, o que é particularmente útil com criaturas mais rápidas. A ausência de flash justifica-se com o fenómeno que dota os Pokémon de um brilho próprio que permite iluminar locais mais escuros ou criar verdadeiras obras de arte com jogos de luz e sombra. Para os mais pacientes, existe também uma vertente de edição fotográfica, com mecânicas igualmente simples mas suficientes para realizar algumas alterações. Os locais são variados e incluem todos os ambientes que se poderia esperar: selvas, florestas, desertos, oceanos , etc e ainda variações entre dia e noite. A seleção dos Pokémon presentes no jogo nunca vai reunir a unanimidade das opiniões, mas é bastante variada e representativa da série, com mais de duzentos exemplares e claro, alguns monstros lendários. Se num ecrã de televisão o jogo é tecnicamente irrepreensível, explorando de forma eficaz as capacidades da consola, no ecrã da Switch a resolução por vezes torna-se problemática. Isto acaba por afetar a qualidade visual das fotografias, algo que se nota mais na Switch Lite, o que dificulta a escolha de fotografias para avaliação. Não é um ponto que influencie a experiência de forma decisiva, mas deve ser registado.   

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
8 10 0 1
New Pokémon Snap atinge um equilíbrio perfeito entre as vertentes de colecionismo e de fotografia da série Pokémon. Ver as nossas personagens preferidas no seu habitat natural, interagindo livremente é um tónico para qualquer apreciador da série. No entanto o seu conceito algo repetitivo pode não ser suficientemente apelativo para o público em geral, principalmente se a fotografia não for um dos seus maiores interesses.
New Pokémon Snap atinge um equilíbrio perfeito entre as vertentes de colecionismo e de fotografia da série Pokémon. Ver as nossas personagens preferidas no seu habitat natural, interagindo livremente é um tónico para qualquer apreciador da série. No entanto o seu conceito algo repetitivo pode não ser suficientemente apelativo para o público em geral, principalmente se a fotografia não for um dos seus maiores interesses.
8/10
Total Score

Pontos positivos

  • Jogabilidade simples e intuitiva
  • Variedade de habitat e de Pokémon
  • Integração do enredo

Pontos negativos

  • Depende muito da repetição

Sérgio Mota

Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.