Famicom Detective Club: The Two-Case Collection – Análise
Famicom Detective Club: The Two-Case Collection é um conjunto de “remakes” dos jogos originais para a antiga Famicom, lançados originalmente entre 1988 e 1989. Tratam-se de obras derivadas do primeiro projeto escrito por Yoshio Sakamoto (mais conhecido pelo seu trabalho em Metroid) e inspiradas no clássico de culto The Portopia Serial Murder Case. Famicom Detective Club apresenta então duas histórias distintas com o mesmo protagonista, um jovem detetive que tem de desvendar um par de casos peculiares. É a primeira vez que estes dois jogos são traduzidos para inglês, e chegam até nós com a produção da MAGES Inc. e da Tose Co., Ltd., conhecidos pelo fantástico Steins;Gate e Game & Watch Gallery, respetivamente.
Famicom Detective Club apresenta uma renovação completa no aspeto visual. Personagens e cenários completamente refeitos à medida dos padrões contemporâneos, com ilustrações fantásticas e imensa animação, e que consegue combinar algum do encanto dos jogos originais enquanto mostra o que se consegue fazer de belo com um “Visual Novel”, onde normalmente predominam imagens estáticas. Famicom Detective Club enche de vida as personagens e ambientes, recriando todas as animações existentes no original com um grau de qualidade fantástico. Todas as personagens apresentam o mesmo grau de pormenor e cuidado, juntamente com a adição de vozes para todos os diálogos, embora estes estejam apenas disponíveis em japonês.
Os dois casos apresentados têm alguma continuidade: The Girl Who Stands Behind funciona como prequela, embora originalmente tenha sido lançado como segundo jogo. O homicídio de uma estudante de escola secundária faz com que o nosso protagonista, um jovem de 15 anos assistente do detetive Shunsuke Utsugi, tenha de procurar pistas e falar com testemunhas na escola para descobrir o culpado. O protagonista vai contar com a ajuda de Ayumi Tachibana, amiga da vítima, e descobre que este caso poderá estar ligado a um desaparecimento mais antigo.
A ordem de jogar os casos pouco interessa pois The Missing Heir, o segundo caso, faz um bom trabalho a introduzir as personagens caso o jogador comece por aqui, visto que o protagonista inicia o jogo com amnésia e tem de tentar juntar as peças do “puzzle” para descobrir como foi parar à beira de um precipício numa região rural do Japão. Ao recuperar, o protagonista volta ao local onde foi encontrado e conhece uma Ayumi Tachibana jovem adulta que lhe lembra que ele é assistente da agência de Utsugi, e que viajou até aqui para investigar a morte de Kiku Ayashiro.
Ambas as histórias apresentam elementos de investigação com procura de pistas no local, interrogatório de personagens, e especulação. O jogador tem de falar com as outras personagens para descobrir mais sobre os eventos e acontecimentos que possam ajudar a desvendar mais pistas. A maioria destas interações segue uma ordem de seleção de tópicos de conversa que por vezes não é evidente. Por vezes pode ser necessário percorrer todas as opções disponíveis para descobrir o que pode ativar a parte seguinte e se em algumas vezes a escolha é simples, noutras é preciso passar por toda a lista de ações disponíveis. Trata-se de uma característica que denuncia a idade do jogo original e que se manteve neste “remake”.
Mesmo assim, e percalços à parte, a meia-dúzia de horas despendidas por jogo consegue ser bastante agradável, mesmo que o enredo seja algo mediano para os dias de hoje. Os mistérios são relativamente simples, mas saem beneficiados em grande parte por uma excelente apresentação.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Apresentação fantástica
- Diálogo vocalizado
Pontos negativos
- Preço
- Momentos com opções mal implementadas
O chicote que mantém a máquina a funcionar. Entusiasta pela indústria e com um gosto variado, mas com um especial amor por JRPG, nunca deixa escapar uma boa promoção e por consequência tem uma coleção maior do que alguma vez poderá ter tempo para a terminar.