Alex Kidd in Miracle World DX – Análise
Alex Kidd in Miracle World é um jogo feito originalmente para a consola Master System e cuja produção está cheia de história. Se inicialmente deveria ter sido um jogo do universo Dragon Ball, questões contratuais levaram a que Son Goku fosse substituído pela personagem que seria a face mais popular da Sega até à chegada do ouriço azul uns anos mais tarde. Voltadas mais de três décadas, Alex Kidd in Miracle World surge de novo exibindo novas roupagens e com uma experiência que o aproxima dos seus pares contemporâneos.
O jogo era bastante ousado para a época, o que não o livrou de algumas falhas estruturais e de certas mecânicas pouco afinadas. Seria de esperar que este revisitar da obra trouxesse algumas melhorias nesses aspetos mas segue o mesmo rumo do original. O avanço é feito de forma bastante linear, embora se encontrem alguns elementos ao longo do percurso que atenuam essa impressão. Há inúmeros quebra-cabeças cuja resolução é mais difícil do que seria necessário, não pela sua complexidade mas devido a uma implementação que não é a ideal. O combate mantém a dinâmica simplista da versão original e é bastante genérico face aos seus concorrentes atuais. Nos confrontos com os “bosses” continua a imperar o sistema de “pedra, papel, tesoura”, o que pode não agradar a todos mas respeita o material de origem. Está ainda disponível um modo que permite combater todos os “bosses”, e o uso de veículos traz uma variedade necessária para manter o interesse durante a aventura – estes elementos estão também muito bem implementados.
Existe a possibilidade de mudar a qualquer altura entre o visual contemporâneo e o original, numa tentativa de dar a conhecer aos novos jogadores a obra em que se inspira, bem como recompensar os jogadores de longa data com um aspeto novo. As opiniões podem acabar por se dividir, pois apesar dessa opção permitir jogar com o aspeto do original de 8-bit as características continuam a ser as da nova versão, bastante diferente da original. O mesmo tratamento foi feito em relação à banda sonora, podendo optar-se entre as composições originais ou as suas versões mais atuais, ainda que a quantidade de temas seja reduzida (o que não lhes afeta a qualidade). A conversão visual é digna de registo e consegue manter um equilíbrio entre o material de origem e o que de melhor se encontra em jogos mais recentes.
Pelo meio surgem níveis inéditos, o que é muito bem-vindo e afasta este título de uma simples conversão do original. Os níveis novos são interessantes e exploram novas ideias ao mesmo tempo que mantêm o espírito do jogo. A versão Switch mostra-se tecnicamente bastante competente e mantém um desempenho de qualidade, independentemente de se jogar num ecrã de televisão ou no ecrã da consola. O HD Rumble não foi esquecido, embora não traga nada de relevante á experiência.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Conversão visual e sonora
- Adição de conteúdo inédito
- Modo Boss Rush
Pontos negativos
- Mantêm-se alguns problemas
- Modo clássico pouco consensual
Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.