Dotori – Análise
A Nintendo Switch é uma consola perfeita para jogos simples e convenientes para se jogar a qualquer momento, e o seu catálogo é bastante rico nesse aspeto. Infelizmente o desenho de níveis bizarro e incoerente de Dotori, bem como os controlos imprecisos e frustrantes e uma falta de vida e criatividade artística acabam por fazer deste um jogo fraco.
Após esta introdução negativa talvez seja melhor seguir para os aspetos mais competentes de Dotori. A apresentação às mecânicas da jogabilidade é feita de maneira competente. Movimentos como saltos duplos, saltos em paredes, uso de blocos e molas costumam ser apresentados através de pontos de interrogação dentro dos níveis com que o jogador pode interagir, e é tudo explicado de maneira concisa num local onde o jogador se pode familiarizar com aqueles movimentos. Dotori pode não fazer isto de maneira brilhante mas com a quantidade de jogos que falha redondamente neste aspeto, pode-se dizer que é pelo menos um ponto positivo.
O mesmo não se pode dizer em relação ao resto do jogo. Os controlos são bastante fracos e embora seja difícil descrevê-los num texto, o melhor adjetivo para os qualificar é “inconsistentes”. Muitas das vezes os saltos têm posicionamentos diferentes por nenhum motivo, outras vezes os saltos não registam, sobretudo os saltos em paredes. Outras vezes objetos como molas não funcionam e apenas dão um impulso de um salto normal. O esquema de controlos também não está muito bem pensado: o botão para agarrar objetos nunca deve ser o mesmo para correr. Dotori é um jogo frustrante de controlar, e muito do que contribui para essa experiência é difícil de descrever.
O desenho dos níveis é bastante estranho. Tudo parece ser uma amálgama de ideias descabidas e estruturas inacabadas. Existe uma curva de dificuldade mas só no sentido de descobrir a forma de chegar ao fim dos níveis, juntamente com umas bolotas douradas que se podem apanhar pelo caminho. Não é um jogo que exija muita habilidade por parte do jogador e não há nada de errado com isso, mas Dotori não apresenta desafios minimamente interessantes. Na maioria das vezes o desafio provém da organização absurda dos níveis, nomeadamente os segmentos mais verticais em que o jogo mistura uso de objetos com saltos duplos e em paredes. Infelizmente a física do jogo não tem qualquer tipo de consistência, e os controlos não ajudam. Dotori também tem um “boss” a cada dez níveis, mas estes são tão simples que acabam por ser mais um aspeto que se esquece facilmente trinta segundos depois de largarmos o jogo.
Já em relação ao aspeto visual, não se pode dizer muito além de que é aborrecido e sem personalidade. A personagem principal não tem um desenho memorável ou minimamente atraente, o que juntamente com as texturas horrendas e ambientes vazios e sem vida resulta numa apresentação visual completamente banal. Se existe música neste jogo é preciso ignorar tudo o resto e abrir os ouvidos para procurar por ela, porque caso contrário passa completamente ao lado do jogador.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Introdução bem feita às mecânicas
Pontos negativos
- Controlos fracos e inconsistentes
- Apresentação sem qualquer personalidade
- Mau desempenho
Eu sou um amante de videojogos, que adora falar sobre o que faz um videojogo bom ou mau. Mas acima de tudo adoro entreter pessoas e fazê-las rir, por isso decidi dedicar-me a criar um canal onde posso por em prática duas das coisas que mais amo fazer.