Disgaea 6: Defiance of Destiny – Análise
A série Disgaea sempre se destacou entre os RPG táticos por conter elementos de comédia absurda. Com Disgaea 6: Defiance of Destiny a Nippon Ichi Software decidiu levar as coisas ao extremo e aumentar o absurdo para o nível máximo imaginável. Será que esta opção juntamente com a mudança para modelos 3D pode fazer a diferença?
Em Disgaea 6 desempenhamos o papel de Zed, um zombie que realizou a proeza de derrotar o God of Destruction. A história de Disgaea 6 é apresentada por Zed e incide sobre como ele venceu o God of Destruction, a cada capítulo desvendamos mais sobre este mistério de como um simples zombie realizou tal façanha. Eventualmente descobrimos que Zed é literalmente incapaz de morrer e possui uma habilidade que o torna mais forte cada vez que é derrotado pelo referido deus da destruição, tornando-o assim o inimigo perfeito para aquela entidade que ameaça destruir todo o Netherworld. Com a ajuda de Bieko e Cerberus, Zed vai tentar encontrar a forma de acabar com o God of Destruction.
Disgaea 6 é em muitas coisas mais do mesmo. O sistema de combate mantém-se muito próximo do que já foi implementado anteriormente, enquanto alguns elementos foram retocados ou melhorados. O grande ponto de destaque é mesmo a transição de “sprites” 2D para modelos de personagens totalmente em 3D. Esta alteração foi inicialmente vista de forma negativa, durante anos a série destacou-se por exibir uma direção artística bastante única, e de certa forma acaba por se perder algo com esta transição. No entanto o esforço tem de ser reconhecido, pois os modelos são fiéis aos conceitos, mantendo muitas das características que os fazem únicos, e abrem portas a novos ângulos de câmara antes impossíveis devido às limitações dos “sprites” 2D. É certamente uma espada de dois gumes para Disgaea 6. Por um lado temos uma apresentação mais dinâmica da história com maior variedade na sua apresentação, mas ao mesmo tempo sofre de problemas de desempenho mais agravados que as edições anteriores. A série nunca foi conhecida pela otimização, e nota-se claramente que a Switch esforça-se para manter os 30 fotogramas por segundo. Aparentemente os produtores também se aperceberam, e por isso foi incluída uma opção para ajustar a resolução interna do jogo, possibilitando a escolha entre fidelidade gráfica, uma apresentação equilibrada que reduz a resolução interna ligeiramente abaixo de 720p, e uma redução para 480p de forma a manter um desempenho consistente. Outra desvantagem é o tempo de carregamento para as habilidades. Antes, este carregamento era instantâneo, mas agora nota-se um pequeno tempo de espera para carregar as animações de habilidades, especialmente as mais vistosas, tornando a resolução de um combate mais demorada. Felizmente, como todos os outros títulos anteriores, o jogo permite desligar estas animações e aumentar a velocidade de resolução de ações em combate.
Fora de combate o jogo é mais complexo e aprofundado. Além dos sistemas do costume como a Dark Assembly e o Item World, existem agora mais locais para visitar, bem como outras formas de interagir com as personagens do nosso grupo através de curtos diálogos opcionais na nossa base conforme o decorrer da história. Além disso existem mais sistemas para melhorar as nossas personagens, bem como a alteração mais significativa além da transição dos modelos das personagens para 3D: o aumento do nível máximo de 9999 para o absurdo número de 99 999 999, cem milhões. Para tal, o número máximo para os atributos das personagens aumenta igualmente para valores acima dos quatrilhões. Dizer que estes números são uma absurdidade total é dizer pouco. Disgaea sempre se orgulhou de ter os maiores números possíveis no ecrã, mas quanto será demasiado? Parece que Disgaea 6 finalmente tenta responder a esta pergunta. Parte dessa inflação de números serve apenas para encher o olho do jogador, visto que todas as personagens começam com atributos muitos acima do que alguma vez teriam começado anteriormente, por um fator de cinco ou dez vezes, tornando tudo isto irrelevante uma vez que a escala de atributos continua igual, só os valores numéricos é que mudam.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Transição para modelos 3D bem conseguida
- Mecânicas robustas e melhoradas
Pontos negativos
- Problemas de desempenho
- Enredo repetitivo
O chicote que mantém a máquina a funcionar. Entusiasta pela indústria e com um gosto variado, mas com um especial amor por JRPG, nunca deixa escapar uma boa promoção e por consequência tem uma coleção maior do que alguma vez poderá ter tempo para a terminar.