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RiMS Racing – Análise

Simuladores de motociclismo não são estranhos à Nintendo Switch, com especial destaque para a série MotoGP. O género está bem presente na consola, mas a chegada recente de RiMS Racing promete fazer avançar o motociclismo virtual para outro patamar de realismo. Publicado pela Nacon e produzido pela RaceWard Studio, este jogo tenta ir além da simples condução e estende a abordagem ao comportamento da moto. Uma espécie de combinação única de simulação de engenharia e corridas na pista.

Não é amplo em conteúdo, pode-se até dizer que é parco. Contam-se apenas oito motas, embora sejam referências máximas neste universo: Ducati Panigale V4 R, MV Agusta F4 RC, Aprilia RSV4, BMW M 1000 RR, Suzuki GSX-R1000R, Honda CBR1000RR, Kawasaki Ninja ZX-10RR e Yamaha YZF-R1. No que diz respeito a circuitos encontra-se uma dezena à disposição, com destaque para Silverstone, Laguna Seca, Suzuka, Nürburgring e Paul Ricard. Além disso encontram-se os habituais modos de jogo deste tipo de produções: corrida única, tutorial, ou multijogador online e offline. O grande destaque vai para o modo carreira, dono de uma profundidade assinalável que não se cinge a fazer calendário em busca de vitórias.

Sim, há um calendário de provas e a sua gestão é importante, mas após a escolha da mota há um mundo de pesquisa e desenvolvimento que precisa de ser explorado. Isto requer uma verdadeira abordagem multidisciplinar para ter sucesso em pista, com decisões inéditas em simuladores do género a nível de gestão e engenharia. As decisões aqui tomadas vão afetar o desempenho nas corridas e RiMS Racing oferece uma análise do comportamento da moto em tempo real: temperatura dos discos dos travões, pressão e desgaste dos pneus, comportamento da suspensão, configurações eletrónicas… são muitos os pormenores para afinar e aprimorar. Tudo isto com um catálogo onde se encontram mais de quinhentas peças oficiais. Um festim para os aficionados, mas que não vai apelar a jogadores que procurem uma experiência mais simples.

Em pista RiMS Racing segue o mesmo diapasão. Física realista, controlo difícil e que requer dedicação, mesmo com os ajustes para afinar a dificuldade. Sente-se o peso das motas e uma travagem mal calculada dá direito a uma queda violenta com os danos consequentes para a mota. O tutorial ajuda a ultrapassar alguns obstáculos mas a curva de aprendizagem é sempre complexa. O ambiente visual é que acaba por deitar por terra grande parte do realismo que RiMS Racing pretende exibir. O aspeto visual é muito datado e torna-se difícil de aceitar na Nintendo Switch, sobretudo no ecrã da consola. Pena que seja um fator tão limitante numa produção que ousa ir além do óbvio.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
6 10 0 1
RiMS Racing é um jogo dirigido a um público restrito, um produto genuinamente "hardcore" que visa os aficionados do motociclismo e com potencial para crescer. Acerta em muita coisa e oferece uma abordagem única com componentes inéditas de engenharia e mecânica. Infelizmente o ambiente visual desta versão deita por terra muito do esforço em ser diferente.
RiMS Racing é um jogo dirigido a um público restrito, um produto genuinamente "hardcore" que visa os aficionados do motociclismo e com potencial para crescer. Acerta em muita coisa e oferece uma abordagem única com componentes inéditas de engenharia e mecânica. Infelizmente o ambiente visual desta versão deita por terra muito do esforço em ser diferente.
6/10
Total Score

Pontos positivos

  • Profundidade impressionante na configuração das motas
  • Jogabilidade realista e exigente
  • Modo carreira bem apetrechado

Pontos negativos

  • Visualmente pobre
  • Podia ter mais pistas e motos

Nuno Nêveda

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.