Ayo the Clown – Análise
Recomendar jogos orientados para crianças é mais complicado do que parece. A ideia de olhar para a faixa etária e usar isso como fator determinante tem importância mas ao mesmo tempo, queremos ter a certeza que o jogo faz com que a criança se divirta – quem compra um jogo para uma criança quer um produto de qualidade, capaz de oferecer uma experiência memorável e inspiradora. Ayo the Clown tem um lugar nesta conversa como uma opção barata e viável, mas torna-se difícil de recomendar quando existem imensas opções melhores.
A premissa aqui é suficientemente simples para que uma criança possa perceber e relacionar-se com a personagem principal: Ayo é um palhaço e procura salvar o seu cão que foi raptado durante a noite. Durante a aventura Ayo encontra todo o tipo de personagens com problemas próprios e está sempre disposto a pôr a procura pelo seu cão em segundo plano para ajudar alguém que precisa. Algumas destas ocorrências são acompanhadas por cenas narradas e animadas com imagens estáticas, exibindo uma direção artística simples mas ao mesmo tempo apelativa e charmosa.
Todos estes momentos ocorrem durante os níveis e é aqui que Ayo the Clown mostra a sua maior competência. Ayo the Clown é um jogo de plataformas com elementos simples de exploração e combate, e os níveis fazem um trabalho razoável para incorporar as três coisas de uma maneira coesa. O desenho dos níveis é bastante extenso e elaborado, com uma variedade de caminhos que o jogador pode escolher e segredos para recompensar a exploração, normalmente com objetos colecionáveis e jóias. Estes níveis podem durar mais de dez minutos, o que pode parecer cansativo mas o jogo tenta um número de coisas que ajudam a quebrar a monotonia, como ensinar mecânicas novas, introduzir segmentos com mecânicas de jogabilidade diferentes como controlar um veículo ou fugir de algum obstáculo. Embora os níveis sejam de longe o aspeto do jogo a que foi dedicada mais atenção e cuidado, os controlos tornam a experiência de os jogar desnecessariamente frustrante.
Um jogo de plataformas pode ter os melhores desenhos de níveis, “bosses”, habilidades e poderes mas se os controlos não forem bons, não vale a pena tentar. É muito difícil descrever controlos fracos de forma convincente mas onde é preciso fazer saltos mais precisos, o jogo por vezes é errático na deteção e regista outra coisa, o que leva a momentos frustrantes. A implementação faz de Ayo uma personagem demasiado leve em cada salto e a mecânica dos saltos é bastante desligada do jogador. Este é um problema comum em bastantes jogos “indie”, e Ayo the Clown é mais um caso onde isso acontece.
O jogo tem uma apresentação atraente que pode facilmente apelar a crianças prestes a entrar no mundo dos videojogos. A banda sonora tem um tom bastante alegre e vivo mas as composições são demasiado banais para ficarem na memória. Ayo the Clown é bem mais forte no seu aspeto visual, tanto nos níveis cheios de pormenor e personalidade como nas cenas com imagens estáticas que mostram uma direção artística muito apelativa. Seriam mais apelativas se fossem animadas mas não se pode pedir muito de um jogo “indie” feito com um orçamento baixo.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Desenho de níveis competente
- Apresentação de mecânicas razoável
- Aspeto visual apelativo
Pontos negativos
- Controlos inconsistentes
- Transições e apresentação mal implementada
- Há opções bem melhores
Eu sou um amante de videojogos, que adora falar sobre o que faz um videojogo bom ou mau. Mas acima de tudo adoro entreter pessoas e fazê-las rir, por isso decidi dedicar-me a criar um canal onde posso por em prática duas das coisas que mais amo fazer.