Let’s Build a Zoo – Análise
Let’s Build a Zoo é um jogo de gestão que coloca o jogador na gerência de um jardim zoológico onde é possível criar espécies que deixariam o universo científico de boca aberta e faz parte de uma vaga de ressurgimento deste tipo de jogos, que até recentemente se encontravam algo limitados aos PCs mas aparecem agora em maior quantidade e qualidade nas consolas. O início é imediato e após escolhida a nossa aparência e nome do nosso zoo é atribuída ao jogador uma lista de tarefas que nos vão ambientar às mecânicas do jogo. Liberdade é a palavra de ordem, e é inteiramente possível seguir uma abordagem de tentativa e erro em vez de sermos levados pela mão.
A variedade de animais disponíveis inicialmente é composta por espécies mais comuns, mas rapidamente poderemos adquirir animais mais exóticos de outros zoos, havendo recursos financeiros para isso. Mais espécies significa mais visitantes e mais lucro, e isto serve de incentivo para descobrirmos a parte mais divertida do jogo: cruzar espécies completamente distintas. Quem sempre quis ver o resultado de cruzar um panda com uma girafa vai ter aqui a sua curiosidade satisfeita. As possibilidades são incontáveis, perfazendo centenas de milhares de combinações possíveis com resultados frequentemente cómicos.
Ocasionalmente vamos ter pela frente questões de natureza ética com um impacto significativo no desenvolvimento do zoo e na forma como ele é visto pelos visitantes. Desde elementos cosméticos a infraestruturas exclusivas, o rumo a seguir recai sobre as escolhas do jogador e o jogo incentiva a experimentarmos o máximo possível, uma vez que não existem escolhas inteiramente certas ou erradas. É no entanto importante referir que não é recomendado seguir um caminho ambíguo, muito do conteúdo associado a esta mecânica apenas pode ser desbloqueado nos extremos do espectro da moralidade.
A apresentação do jogo merece elogios. A direcção artística é à base de uma “pixel art” simples, limpa e colorida, e é fácil de navegar até mesmo quando jogamos no ecrã da Switch que fica inevitavelmente cheio de edifícios, animais e visitantes. Por outro lado, a seleção musical passa despercebida e consiste em poucas faixas, na sua maioria repetitivas e aborrecidas. O desempenho do jogo é exemplar, seja num ecrã de televisão seja no ecrã da Switch, e a adaptação dos controlos de rato e teclado para botões foi bem realizada, requerendo apenas um período de habituação comum para jogos semelhantes em consolas.
Let’s Build a Zoo não tenta reinventar os jogos de gestão, e muitas das mecânicas típicas de jogos semelhantes marcam aqui presença. Nota-se a falta de um conjunto mais extensivo de explicações e tutoriais, e a liberdade inicial que concede ao jogador não é necessariamente muito positiva se tivermos em conta a complexidade de alguns dos sistemas de jogo que temos de explorar para tirar o máximo da experiência. É pena que não tenha aproveitado esta oportunidade para trazer algo de novo a um género pouco recetivo a recém-chegados, mas que por outro lado vai agradar a todos os que sabem exatamente o que esperar dele.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Variedade incrível de espécies
- Mecânicas complexas
- Ambiente visual colorido
Pontos negativos
- Poucos guias e tutoriais
- Sistema de moralidade pouco desenvolvido
- Banda sonora sofrível
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.