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Graviter – Análise

Se o nome Graviter sugere um jogo onde a gravidade é um elemento fulcral é porque se trata disso mesmo – e não estamos a falar de gravidade como ela aparece nos habituais jogos de ação, onde tudo o que sobe tem de descer. Em Graviter vamos manipular a força da gravidade para resolver cada desafio. Esta obra, produzida e publicada pela polaca No Gravity Games, é então um jogo “indie” que tem como ponto de partida um gatinho pertencente a um cometa e que é levado pela gravidade poderosíssima de um buraco negro. Para que o cometa possa voltar a ver o seu amigo de quatro patas vai ter de atravessar a galáxia e manipular a força da gravidade para ultrapassar 101 desafios.

Traduzindo em experiência de jogador, temos 101 níveis onde vamos manipular a gravidade para poder levar o cometa a seguir as pegadas do seu felino – isto inclui alterar a dimensão e mudar o posicionamento de planetas vizinhos (todos eles corpos celestes com influência sobre a gravidade) bem como desativar temporariamente alguns planetas. Cada alteração sobre estes corpos celestes tem influência direta sobre a força da gravidade, o que leva a modificações na trajetória do cometa que temos de direcionar para seguir o triho das pegadas do gato.

Quando terminamos um nível recebemos moedas e os níveis mais complexos pagam mais. Esta mecânica é bastante importante: se os níveis mais simples podem ser concluídos à primeira, os mais complexos requerem várias tentativas, e a partir do momento em que temos uma série de obstáculos pelo caminho vamos ter de manipular a gravidade várias vezes para mudar a trajetória do cometa. Isto requer parar a ação sempre que tenhamos que fazer mais alterações, e o número de pausas é limitado numa série de níveis – as moedas ganhas em níveis anteriores permitem-nos comprar pausas, e até a possibilidade de passar à frente para aqueles momentos mais complicados, embora seja recomendável seguir o jogo do princípio ao fim. É também possível usar as moedas para comprar elementos estéticos novos.

Dono de uma interface simples e minimalista, Graviter faz um trabalho satisfatório em explicar as mecânicas de jogo. Apesar de ter pouco texto, encontra-se traduzido numa série de idiomas – incluindo português – e os controlos são bastante simples. A trajetória do cometa é sempre visível, pelo que não vamos andar às aranhas em cada tentativa. Graviter apresenta uma direção artística muito bem escolhida, com uma seleção de tons e cores que encaixam perfeitamente no ambiente do jogo, embora também seja possível optar por um visual à base de preto e branco. A banda sonora, também ela simples ainda que com uma certa carga alusiva a um sentimento de desolação, cumpre perfeitamente a sua função de criar ambiente sem se sobrepor à ação – e a verdade é que Graviter se joga muito melhor com música do que em silêncio.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
Graviter é um jogo “indie” interessante, simples de compreender embora não sem os seus desafios. A experiência funciona bem melhor quando jogado em sessões mais curtas do que numa maratona, sobretudo quando temos poucos incentivos para regressar aos níveis já concluídos, o que é um ponto menos conseguido desta obra. Ainda assim, pelas mecânicas e conceito, Graviter é um jogo que merece atenção, e que se encontra disponível por um preço relativamente simpático na eShop da Nintendo Switch.
Graviter é um jogo “indie” interessante, simples de compreender embora não sem os seus desafios. A experiência funciona bem melhor quando jogado em sessões mais curtas do que numa maratona, sobretudo quando temos poucos incentivos para regressar aos níveis já concluídos, o que é um ponto menos conseguido desta obra. Ainda assim, pelas mecânicas e conceito, Graviter é um jogo que merece atenção, e que se encontra disponível por um preço relativamente simpático na eShop da Nintendo Switch.
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Conceito bem implementado
  • Sentimento de progressão

Pontos negativos

  • Termina-se rapidamente

João Dias

Apreciador de jogos de outras épocas, não diz que não a uma boa obra dos nossos tempos. Diz-se que é por ele que passam os textos antes da publicação, o que significa que é uma espécie de boss final da escrita para os outros membros da equipa.