Rainbow Skies – Análise
Rainbow Skies é um jogo que viveu um desenvolvimento atribulado. Apesar de estar originalmente planeado para 2014, acabou por só ver a luz do dia em 2018. Posicionado como o sucessor do célebre jogo “indie” Rainbow Moon, as expectativas eram altas, principalmente pelo grande intervalo de tempo que os distanciou. Infelizmente acabou por não corresponder ao que se esperava, criando antes a impressão de um RPG excessivamente genérico.
A aventura inicia-se de forma previsível, colocando as personagens principais num imbróglio bizarro que de uma forma ou de outra, os encarrega de salvar o mundo de um destino pouco risonho. O enredo encontra-se pouco desenvolvido, suplantado por diálogo e interações que assentam em todos os lugares-comuns possíveis e imaginários que se podem encontrar em RPGs. A escrita de cada personagem é particularmente agravante, resumindo-se a uma amálgama dos estereótipos mais estéreis com o propósito singular de darem o seu parecer cómico nos momentos menos oportunos. Por outro lado, temos um mundo aberto que traz uma grande quantidade de conteúdo disponível desde muito cedo. Seja a explorar por elementos que melhoram as habilidades de cada personagem ou a fazer uma pausa na aventura para pescar, a quantidade de atividades à parte é enorme. É ainda possível apanhar criaturas selvagens, treiná-las e utilizá-las em combate, o que faz deste um sistema mais robusto do que seria de esperar no resto do jogo.
Já o combate não traz nada de novo, mas tem a particularidade de decorrer numa grelha de movimentação semelhante às que se encontram em jogos de estratégia por turnos. Ao interagir com um inimigo, o terreno é delimitado e são colocados vários adversários de forma aleatória, cada personagem movimenta-se e ataca no seu respetivo turno. Sem mecânicas complexas, é um sistema simples mas eficaz, e os fãs de jogos mais convencionais vão sentir-se ambientados. No entanto, Rainbow Skies é um jogo cuja dificuldade é bastante inconstante, e muitos dos inimigos apresentam uma vantagem de vários níveis em relação ao jogador cada vez que entramos numa nova área.
Do ponto de vista da apresentação, o jogo apresenta alguns problemas, nomeadamente a falta de contraste entre elementos em alguns cenários. Isto torna distingui-los e percorrê-los mais difícil do que devia. Os modelos tridimensionais pecam principalmente pela falta de uma identidade própria, e estão demasiado assentes em desenhos já datados. Por outro lado, a banda sonora é extensa e variada, e inclui mais do que um tema diferente de batalha, o que é incomum para produções desta dimensão.
Embora seja um RPG que não se destaca em nenhuma das suas facetas, é inegável que tem um certo charme difícil de explicar. É um excelente exemplo de algo que é muito mais do que a soma das suas partes, capaz de oferecer um bom desafio a quem estiver disposto a passar ao lado dos seus maiores problemas. De qualquer forma, é importante referir que existem ofertas significativamente melhores na consola pelo mesmo preço.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Banda sonora variada
- Sistema de combate competente
- Muito conteúdo por explorar
Pontos negativos
- Escrita paupérrima
- Visualmente fraco
- Discrepâncias na dificuldade
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.