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Gal*Gun: Double Peace – Análise

A indústria nipónica de videojogos nunca exibiu qualquer relutância em criar obras com base em conceitos vistos como bastante bizarros. Gal*Gun: Double Peace é mais um exemplo perfeito disso mesmo, um jogo que propõe uma aventura recheada de humor, excentricidade e o chamado “fan service”. Como se de uma piada de mau gosto se tratasse, um cupido nefasto disparou demasiadas flechas sobre o protagonista e amaldiçoou-o com um charme omnipotente que o torna, de uma forma literal, irresistível a todos os membros do sexo oposto. Sob a ameaça de nunca mais poder ser amado caso termine o dia sem uma nova namorada, o nosso herói vai combater hordas infindáveis de pretendentes no decorrer da sua procura pela parceira ideal.

A maior parte da ação decorre sob a forma de um “shoot’em-up” de percurso fixo onde o jogador dispara sobre todas as raparigas que enchem o ecrã. Os inimigos podem surgir a qualquer momento dos locais mais estranhos, seja de árvores, janelas ou debaixo de carros. Cada inimigo ataca e interage com o jogador de várias formas, como a entrega (agressiva) de correspondência amorosa, ou ao professar o seu amor pelo nosso protagonista com palavras que funcionam como projéteis. Humor não falta, e encontra-se em todas as vertentes da experiência. A única proteção ao nosso dispor é a pistola de feromonas gentilmente oferecida pelo cúpido responsável por esta situação. Embora seja pouco eficiente quando utilizada de forma aleatória, é bastante útil quando disparada sobre o ponto fraco de cada inimigo. Assim que o ponto fraco é descoberto, pode ser atingido com um “Ecstasy Shot”, que deixa o inimigo imediatamente fora de ação num tormento de “prazer”. Trata-se de um jogo mecanicamente muito simples, tal como a grande maioria dos seus congéneres, mas muitíssimo divertido.

Cada nível tem uma grande quantidade de segredos e objetos por descobrir e que contribuem para a pontuação total, bem como missões secundárias com objetivos específicos, como um objeto escondido. Existem caminhos alternativos a escolher em cada nível que culminam em níveis seguintes diferentes de outros percursos, o que também afeta a progressão do enredo. Cada caminho corresponde a uma rapariga diferente com quem vamos interagir num formato de um “visual novel”, que apresenta opções de diálogo reminiscentes das que vemos em “dating sims”.

O jogo adota uma direção artística simples e colorida com foco nos modelos tridimensionais de todas as raparigas, mesmo que não sejam particularmente variados quando comparados entre si. Os cenários poderiam ter sido mais trabalhados e apresentam algumas texturas com muito poucos pormenores. A banda sonora é extensa, variada e animada, cheia de faixas inspiradas em música eletrónica e J-pop, e semelhantes ao que se ouve em muitas criações de anime. Notam-se algumas oscilações na fluidez, mas com pouco impacto na experiência. Gal*Gun: Double Peace é um jogo que sabe exatamente qual o público que pretende cativar e que vai atrair poucas pessoas mais além. A linha entre o humor e o mau gosto é muito ténue, acentuada por não se tratar de um jogo suficientemente bom ao ponto de evitar expectativas negativas que produções como esta acarretam. Quem não se reveja nesse quadro vai encontrar aqui uma experiência divertida e diferente do habitual.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
6 10 0 1
Para quem sabe o que esperar daqui, Gal*Gun: Double Peace é uma proposta divertida que não tenta fazer-se passar por algo diferente. Trata-se de uma experiência simples mas divertida para todos os jogadores que se divertem com os seus temas e lugares-comuns, e que vai certamente ser bem aproveitada por quem estiver à procura de um jogo nestes moldes.
Para quem sabe o que esperar daqui, Gal*Gun: Double Peace é uma proposta divertida que não tenta fazer-se passar por algo diferente. Trata-se de uma experiência simples mas divertida para todos os jogadores que se divertem com os seus temas e lugares-comuns, e que vai certamente ser bem aproveitada por quem estiver à procura de um jogo nestes moldes.
6/10
Total Score

Pontos positivos

  • Jogabilidade divertida
  • Imenso conteúdo por desbloquear
  • Seleção musical agradável

Pontos negativos

  • Câmara com alguns problemas
  • Falta de controlos por movimentos
  • Poucas mecânicas de jogo

Diogo Caeiro

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.