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Gamescom 2024: antevisão dos “indies”

A Nintendo e os jogos “indie” são sinónimo de uma história de sucesso. Títulos como Axiom Verge, Disco Elysium ou Untitled Goose Game são tão indispensáveis a uma boa coleção de Switch como Super Mario Odyssey, Tears of the Kingdom ou Xenoblade Chronicles 3. Os custos de desenvolvimento mais baixos, a facilidade em colocar jogos novos no mercado, a liberdade criativa mais arriscada, e a experiência das equipas de produção com a Switch significam que mesmo com a redução do número de jogos AAA que inevitavelmente acompanha a consola na sua reta final, o mercado dos “indies” continua muitíssimo bem e recomenda-se.

A Indie World Showcase em abril deste ano apresentou vários jogos “indie” em desenvolvimento para a Switch, e alguns deles já se encontram disponíveis. Vamos aqui dar uma olhadela a cinco jogos “indie” que estão para chegar à Nintendo Switch e que esperamos vir a saber mais sobre eles na Gamescom 2024.

Yars Rising

Se há coisa que se associa à WayForward é um jogo de ação e plataformas em 2D, e Yars Rising parece estar decididamente bem encaminhado nesse rumo. Graças a uma direção artística própria de filmes de animação e a uma ação frenética com tiros, saltos, correrias e momentos mais furtivos, bem como o que parecem ser “bosses” enormes e bastantes momentos de humor, Yars Rising foi buscar inspiração a Yars Revenge, um “shoot’em up” da Atari de 1982, e nesta nova obra encontramos elementos de “pixel art” que nos remetem para essa época. O jogo não deixa qualquer dúvida que vem da mesma casa que nos trouxe as séries River City Girls e Shantae, bem como o último capítulo da série Contra. Estes antecedentes criam expectativas elevadas e esperamos poder dizer que foram cumpridas quando Yars Rising se estrear na Switch pela mão da Atari, a 10 de setembro deste ano.

Antonblast

Simples e explosivo, Antonblast é um jogo de ação em 2D onde tudo parece funcionar à base de explosões, e pelo que nos foi possível observar tem todo o aspeto de funcionar muito bem. Rapidíssimo e sem um segundo em que não aconteça alguma coisa, Antonblast mostra-se com uma apresentação semelhante à de um jogo para Game Boy Advance, juntamente com cenas de animação simples entre níveis, e uma fluidez perfeita (prometem-nos 60 fotogramas por segundo). Este projeto financiado através do Kickstarter é uma obra da Summitsphere, estúdio recente que se propõe a criar o que chamam de “clássicos modernos”, capazes de juntar o sentimento imediatamente reconhecível de jogos de gerações anteriores com mecânicas de jogabilidade modernas, e cita Wario Land e Shovel Knight como inspirações. Antonblast chega a 12 de novembro, mas até lá é possível descarregar a demo na eShop da Nintendo Switch.

Mandragora

Se o nome Mandragora diz alguma coisa é porque já aqui falámos dele – e até o experimentámos na Gamescom 2023, onde ainda não se encontrava disponível uma versão jogável para a Switch. Este RPG de ação com contornos bastante sombrios e pesados deixou-nos com a impressão de que é um jogo extremamente exigente e que requer dos jogadores uma reflexão capaz de reconhecer quais os inimigos a enfrentar e em que momentos – não raras vezes, se nos depararmos com um monstro o melhor mesmo é não o combater até termos as capacidades para isso, e Mandragora é um jogo onde o desenvolvimento das capacidades é fundamental. Ainda sem data de lançamento definida, Mandragora da produtora húngara Primal Game Studio estará disponível na Gamescom 2024, e esperamos que falte pouco tempo até ver a luz do dia.

Europa

O título não se refere ao continente, mas sim à lua de Júpiter com o mesmo nome, e que é há muito apontada pela comunidade científica como um potencial local do nosso sistema solar para o desenvolvimento de vida. Esta produção, sob a batuta do diretor criativo português Hélder Pinto, é um jogo de aventuras na terceira pessoa que se desenrola na lua de Júpiter após esta ter passado por um processo de terraformação que a tornou semelhante ao nosso mundo. Europa segue uma abordagem descontraída e confere ao jogador liberdade de movimento e de exploração enquanto propõe uma série de quebra-cabeças que devemos resolver com as capacidades aprendidas ao longo da experiência e que num determinado momento, vão permitir ao jogador voar ao longo do cenário. A direção artística não podia ser melhor para o que Europa propõe: cores vivíssimas, e um ambiente simples, mas acolhedor, rico em pormenores que não monopolizam as atenções, mas que são mais do que dignos de registo. Europa ainda não tem uma data de lançamento definida, mas a sua demo já se encontra disponível na eShop da Nintendo Switch.

Neon Blood

Neon Blood é um RPG de ação e aventura num ambiente neo-noir e “cyberpunk” com uma direção artística em “pixel art” para as personagens e cenários em 3D, e que nos coloca num enredo de investigação criminal. Pelo que observamos do que já foi apresentado, Neon Blood tem um ambiente visual impressionante e exibe uma excelente utilização das luzes e cenários muito bem desenhados, enquanto as personagens destacam-se pelo uso de “pixel art”. O combate decorre por turnos, ou não fosse este um jogo com elementos de JRPG, e as sequências cinemáticas entre os momentos de ação são dignas de um filme. Neon Blood, do estúdio espanhol ChaoticBrain Studio, chega à Switch no dia 24 de outubro de 2024, e estará disponível na Gamescom 2024.

João Dias

Apreciador de jogos de outras épocas, não diz que não a uma boa obra dos nossos tempos. Diz-se que é por ele que passam os textos antes da publicação, o que significa que é uma espécie de boss final da escrita para os outros membros da equipa.