Luigi’s Mansion 2 HD – Análise
Com a aproximação de uma hipotética nova consola da Nintendo cresce a quantidade de “remasters” e conversões para uma Switch de idade já avançada. Luigi’s Mansion 2 (2013) é um desses exemplos. Com o terceiro título a recuperar a popularidade desta curta série de “spin-offs”, é natural que a Nintendo aposte em trazer de volta os capítulos anteriores. Se o primeiro foi alvo de um “remaster” para a 3DS em 2018, agora é a vez de o segundo ter o mesmo tratamento na Switch. A 3DS foi conhecida por abraçar uma filosofia de jogos “bite-size”, isto é, experiências estruturadas a pensar na conciliação de uma consola portátil com tempos de jogo curtos.
A sequela de Luigi’s Mansion não fugia muito a esta lógica. Ao contrário do original em que podíamos explorar livremente a mansão sem as amarras convencionais de transição entre níveis, neste segundo título o professor E. Gadd teletransporta-nos para uma mansão com uma missão em mente. Assim que a terminamos somos enviados de volta, obtemos uma pontuação e classificação pelo desempenho e fantasmas apanhados, e por aí fora, isto repetidamente. Este pode bem ser o maior problema deste “remaster” em HD de Luigi’s Mansion 2. O desenho de níveis encaixava bem na 3DS mas para os padrões de 2024, está algo datado. Além de que a maioria dos jogadores estará já habituada à maneira como Luigi’s Mansion 3 funciona, o que pode ser um obstáculo no aproveitamento da experiência. Infelizmente a estruturação não sofreu alterações nesta conversão.
Fora esta decisão, também os controlos são idênticos, outro aspeto menos bom a destacar. Trata-se de um sistema de controlos que eram adaptados aos botões e “circle-pad” da 3DS e que não faz sentido manter na Switch – como controlar o aspirador na vertical por exemplo, em comandos modernos muito mais versáteis. Ainda assim, e embora a adaptação leve algum tempo, não prejudica demasiado a jogabilidade, mas é uma decisão que deixa um pouco a desejar nesta conversão. Indo de encontro à experiência, somos enviados para uma quase meia-dúzia de mansões que incluem minas subterrâneas repletas de gelo ou uma fábrica num ambiente poeirento e desértico, sem esquecer as tradicionais casas assombradas. Apesar das diferenças temáticas fazemos exatamente o mesmo em cada uma: apanhar os fantasmas coloridos que dão vida e mistério aos espaços. Há inúmeros “puzzles” para solucionar pelo caminho e alguns objetos para apanhar (cada mansão tem relíquias escondidas), para lá de uma missão extra em que temos de apanhar os icónicos Boos da série Super Mario.
Tudo para apelar à variedade num jogo que é, à partida, repetitivo por natureza, não fosse ele uma experiência com origem numa consola portátil. Comparativamente ao primeiro e ao terceiro, o carisma e interações de Luigi são pontos fortes em Luigi’s Mansion 2 HD. É aqui que a sua personalidade se destaca e leva-nos a vasculhar todos os cantos, e aspirar tudo quanto é objeto para tirar algum humor das reações do irmão de Mario. O que não é tão agradável são as sucessivas interrupções por parte do professor E. Gadd, particularmente na primeira mansão, que ao mínimo passo interpela-nos para dar uma explicação redundante ou óbvia, ou muitas vezes um comentário de parabenização, algo que passa de suportável para enfadonho e para inconveniente. Já os “bosses” são um ponto positivo desta sequela, e obrigam-nos a pôr em prática todas as funcionalidades e mecânicas que aprendemos. Infelizmente há muito poucas novidades nesta conversão. O esforço foi quase todo para o ambiente audiovisual, sobretudo para as texturas e resolução, onde tudo é superior ao que se encontra no original para 3DS. A atenção ao pormenor foi significativamente alargada, e cada canto e objeto ganham uma nova vida. Há também uma componente multijogador cooperativa onde fazemos exatamente o mesmo que na campanha principal mas em formato de minijogos e com a possibilidade de termos até mais três jogadores para nos ajudar. Esta componente segue as mesmas linhas que no original para 3DS, com a diferença que aqui utiliza o serviço Nintendo Switch Online.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Mais uma conversão bem-vinda
- Melhoria visual significativa na resolução e texturas
- Experiência original intacta
Pontos negativos
- Falta de novidades que justifiquem o preço
- Mantém os controlos datados da 3DS
- As interpelações demasiado frequentes de E. Gadd
- Estrutura dos níveis mal adaptada aos padrões atuais
Entusiasta do mundo da Big N desde os tempos da Wii. Incontornável fã das plataformas de Mario à imersão de Metroid, da aventura de Zelda à estrategia de Pikmin, dispensando apenas a tranquilidade de Animal Crossing.