Go Mecha Ball – Análise
Go Mecha Ball é uma experiência que vai direta ao assunto e sem rodeios. Desenvolvido pela Whale Peak Games, Go Mecha Ball traz o que encontrávamos em jogos mais simples de outros tempos. Controlamos Cat Rascal, representante da rebelião de um grupo de seres felpudos e alegres, que pretende impedir a invasão de uma IA que ameaça a tranquilidade do seu mundo. Somos então enviados para um mundo semelhante ao de uma máquina de “flippers” e onde envergamos um fato equipado com armas de vários tipos para fazer frente às ameaças robóticas com que nos deparamos.
O enredo é mais um adereço do que outra coisa, como costuma acontecer com jogos semelhantes, pois o prato principal é a jogabilidade. Trata-se de um jogo a solo e um “roguelike” com uma experiência de estilo “arcade” numa perspetiva de cima para baixo onde tentamos sobreviver a um sem-número de hordas de inimigos e apanhamos objetos para desenvolver as nossas capacidades ronda após ronda. Já vimos esta receita popular a cair no lugar-comum da repetitividade em anos recentes, o que leva a uma pergunta importante: o que traz Go Mecha Ball de novo? Não traz muita coisa, mas o suficiente para se destacar: o seu ambiente visual e as mecânicas de mobilidade aliadas ao combate.
Comecemos pelo primeiro ponto. A primeira impressão que temos é positiva: o ambiente visual prima por um estilo extremamente colorido que nos bombardeia com sons, luzes e várias coisas a movimentar-se ao mesmo tempo. Um pouco para simular o caos frenético que se vê numa mesa de “flippers”. O segundo está relacionado com a capacidade da nossa personagem assumir uma forma esférica, o que traz consigo uma agilidade muito viciante uma vez que podemos transformar-nos numa bola de metal e varrer de uma ponta a outra o espaço de cada ronda. Além de ser bastante divertido vê-lo em ação, o que torna esta mecânica tão especial é que a nossa movimentação é também uma arma. Podemos rebolar sobre os inimigos com um ataque frontal mais potente ou usá-lo para nos desviarmos e contra-atacar. Temos uma arma de disparo rápido que provoca danos ligeiros e outra mais pesada que cobre uma área maior mas com poucas munições.
A fórmula de Go Mecha Ball entranha-se rapidamente e a partir daí, é natural: rebolar, disparar e passar à ronda seguinte. É viciante pese embora o resto da experiência seja mais da mesma receita, o tal lugar-comum. Os inimigos são variados mas sem grande profundidade e com padrões fixos. Os “bosses” são um pouco desafiantes de início mas perdem o carisma a cada novo confronto, ainda que sejam bem-vindos para cortar a rotina da jogabilidade. Entre cada fase de cada ronda podemos escolher uma melhoria entre três, mas sem que isto mude radicalmente o que fazemos. A variedade não é muita mas apesar disso, a experiência cumpre o seu papel e funciona mais como uma diversão curta, um pouco como os jogos para dispositivos móveis têm em mente a filosofia de experiências rápidas. Visto dessa forma, é surpreendente que Go Mecha Ball não esteja disponível em dispositivos móveis.
A chegada de Go Mecha Ball à Nintendo Switch vindo do PC traz alguns sacrifícios de desempenho, particularmente nos níveis mais avançados em que os corredores são mais estreitos e os inimigos são em maior quantidade. É uma quebra de fluidez enorme e muitas vezes o jogo demora até recuperar o fôlego que tinha anteriormente. De resto é uma conversão bem conseguida e perfeita para jogar como uma experiência portátil. Por outro lado, a dificuldade é mal enquadrada e não recompensa o jogador pelos seus avanços, o que é um pilar basilar de uma experiência “roguelike”.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Apresentação atraente e apelativa
- Jogabilidade viciante
- Mecânicas de mobilidade
Pontos negativos
- Quebra de fluidez em pontos mais avançados
- Progressão de dificuldade
- Um pouco repetitivo
Entusiasta do mundo da Big N desde os tempos da Wii. Incontornável fã das plataformas de Mario à imersão de Metroid, da aventura de Zelda à estrategia de Pikmin, dispensando apenas a tranquilidade de Animal Crossing.